(2005)
de Werner Herzog
Melhor Filme - Drama
Avatar
The Hurt Locker
Inglourious Basterds
Precious: Based On The Novel Push By Sapphire
Up In The Air
Melhor Realizador
Kathryn Bigelow – The Hurt Locker
James Cameron – Avatar
Clint Eastwood – Invictus
Jason Reitman – Up In The Air
Quentin Tarantino – Inglourious Basterds
Os restantes nomeados encontram-se aqui.
MILLION DOLLAR BABY
(2004)
de Clint Eastwood
Abordagem (muito) dramática de Clint Eastwood ao mundo do boxe. Para mim, é a par de Raging Bull, um dos filmes mais poderosos sobre aquele mundo e seus personagens. Mais uma prova do enorme poder de Eastwood enquanto realizador, que comprova aqui, a sua enorme sabedoria cinematográfica, com um “less is more” que aumenta o lado trágico e comovente da historia, sem nunca pisar os terrenos do melodrama. Swank, Freeman e Eastwood compõe um trio tão perfeito e equilibrado, que os seus personagens ficam e ferem na memória. Um filme essencial. E aquele final…
Fidel Castro e Oliver Stone só podia resultar em controvérsia. Nem é tanto o caso do contéudo, pois a abordagem de Stone apesar de muito informal é respeitosa para com o líder cubano. A controvérsia, deu-se quando este excelente retrato foi censurado nos Estados Unidos, terra das liberdades e das hipocrisias. A HBO sofreu pressões enormes, e acabou para relegar este documentário directamente para dvd, pois este não é um acto de denúncia a um ditador, mas sim o retrato de vida de um revolucionário, contado na 1ª pessoa. No decurso de 3 dias em Cuba, Stone e a sua pequena equipa de filmagem registaram os pensamentos de Fidel acerca da Revolução Cubana, da sua família e origens, de Che Guevarra, da ameaça e embargo americano, de cinema e das suas...mulheres. O filme tem momentos hilariantes (o jogging de Fidel no seu escritório ou a busca que Stone faz ao seu carro) e reveladores (a visão que Fidel tem da política conduzida por George Bush e a euforia com que o povo cubano o saúda sempre que o vê na rua). Filmado num registo guerrilha, com câmaras mini-dv, sustentado numa montagem não linear diabólica e com um protagonista polémico e fascinante, Oliver Stone tem em Comandante um dos pontos altos da sua carreira, assinando um importante documento histórico, sobre uma das grandes figuras do século XX.
Nomeado para 6 oscars no ano de 2006, este filme é mais um gesto corajoso e político na carreira do seu realizador, a estrela George Clooney(um pouco à imagem de Warren Beatty com o seu Reds). Apoiado por um elenco de luxo onde alem do brilhante David Straithairn, se destacam Robert Downey Jr, Jeff Daniels, Ray Wise e Frank Langella. A fotografia evocativa e a realização claustrofóbica criam um ambiente de pressão e tensão, onde a parada vai subindo, conforme a batalha entre a Edward Morrow e o senador McCarthy aumenta de intensidade. Mas apesar dos méritos e esforços dos talentos envolvidos, Good Night And Good Luck deixa um sabor a pouco. Além dos descabidos interlúdios musicais, que travam o ritmo da acção, o filme sofre de uma grave falha: falta-lhe uma conclusão dramaticamente eficaz (e o final ambíguo também não ajuda nesse ponto). Seja como fôr trata-se de uma película inteligente e corajosa a espaços, que pegando numa situação de há 50 anos atrás, faz uma reflexão pertinente acerca do poder e dever da imprensa na sociedade actual. Apesar disso muito distante do fulgor ou qualidade artística de um certo filme de seu nome, The Insider.
E quando eu menos esperava... BOOM! Finalmente um estrondo de filme! Até agora a guerra do Iraque tinha ficado palidamente retratada pela 7ª arte. Filmes como The 3 Kings, Redacted ou In The Valley of Ellah, constituiram nobres, mas pálidos esforços. Teve de ser uma mulher a perceber a sede de guerra dos homens. A mulher é nem mais nem menos que a ex Mrs. James Cameron, de seu nome Kathryn Bigellow. Arrisco dizer que Bigellow é a melhor realizadora a trabalhar nos EUA. A sua carreira indica uma coragem temática e formal que está ao alcance de poucos cineastas. E em The Hurth Locker, Bigellow chega ao coração da guerra. Essa coração é feito de perigo, camaradagem, medo, paranoia, rituais, violencia, morte e exitação. E é no personagem do sargento interpretado por Jeremy Renner (atenção a este senhor), que a realizadora revela a sua peculiar e astuta abordagem à loucura da guerra. Renner assina um personagem que por detrás de um heroísmo kamikaze, esconde um lado ambíguo e traumatizado, mas que acaba por ceder à adrenalina de desafiar a morte. E depois temos aqueles 5 minutos finais, que sem dizerem nada, dizem tudo o que ha para dizer, resumindo de forma brilhante e inesperada, toda a temática de The Hurt Locker. Para mim um dos grandes filmes do ano.
Pelo trailer parecia que Michael Mann iria levar-nos de regresso às temáticas e à mestria cinematográfica da sua obra-prima, o incontornável Heat. Puro engano. Em comum com essa película temos a história de um brilhante ladrão de bancos, que é perseguido implacavelmente por um obcecado agente da lei. E apesar dos parelelismos com Heat, Public Enemies, não se aproxima sequer da poesia ou do furor desse filme. Depp e Bale estão a léguas de distância de Pacino e De Niro. E perdoem-me os puristas, mas aqui, acho que Mann levou a secura longe demais. Na sua inecessante busca pelo realismo e autenticidade, Mann esqueceu-se de fugir aos lugares comuns que por vezes estão presentes na realidade. E isso num filme de género como é este, pode ser um erro. O que procuramos quando pagamos um bilhete e ficamos durante 2h30m numa sala de cinema, é a surpresa, o sublime ou a emoção. E a emoção, aqui só está presente a espaços. Destaque para cenas muito bem conseguidas como a “tortura” de Marianne Coultiard, ou a reação de Bale à desumanização da sua polícia. Mas fora isso, o que temos é Mann a caminhar território familiar, com tiroteios, romance e violência, mas que inesperadamente, em Public Enemies soa a deja vu.
Alem de Bale e Coultiard, Johnny Depp está seguro, mas com um personagem demasiado enigmático. Voltando a Heat, o anti-heroi que era o Neil McCaulley de De Niro tambem tinha motivos obscuros e uma presença fria. Mas aí De Niro e Mann conseguiram fazer-nos sentir (quase subliminarmente) toda a emoção e humanidade reprimida daquele personagem. Em Public Enemies, nunca há essa emoção. Mann está mais fascinado com a ideia de celebridade de um criminoso, do que propriamente com os seus conflitos interiores ou aspirações. E se no campo técnico o filme é irrepreensivel (aqui Mann não sabe falhar), a fotografia apesar de boa, nunca chega a níveis brilhantes. Destaque para o imenso cast (Stephern Dorff, Billy Cudrup, Giovanni Ribisi, James Russo) que não tem material para criar personagens de carne e osso e se limita a dar as suas deixas. As três estrelas são para a ousadia digital da fotografia, a reconstituição histórica, as interpretações seguras e para alguns bons momentos de Mann. Mas no conjunto da sua obra, não hesito em afirmar: para mim este é um filme menor de um grande cineasta.
Sátira ácida aos clichés dos filmes de guerra, assim como caricatura aos caprichos das estrelas de Hollywood, Tropic Thunder é uma das grandes comédias de 2008. Ben Stiller nos comandos da realização, assina uma obra delirante e excessiva, onde um grupo de actores se vê perdido em plena selva tailandesa enfrentando as situações com que se deparam, julgando fazerem parte do filme que supostamente estariam a rodar. Do realizador lunático, à estrela do "método", do heroi de acção imbecil, à vedeta de comédias flatulentas, do produtor tirânico e violento ao agente obcecado com os caprichos da sua estrela, toda a Hollywood é ridicularizada. O casting é a todos os niveis, brilhante e hilariante. Jack Black, Robert Downey Jr, Ben Stiller, Nick Nolte, Matthew McConaughey e Tom Cruise, assinam personagens desarmantes e caricaturais que expoem ao ridiculo, todas os tiques e cliches dos bastidores do cinema blockbuster. Por vezes o realizador força o tom em algumas cenas (alguma violencia excessiva que parece deslocada), mas as reações e diálogos dos seus personagens, são tão absurdos e dementes que qualquer erro de percurso é rapidamente esquecido. Em suma não é uma obra-prima, mas Tropic Thunder é a garantia de muita gargalhada e boa disposição. E atenção ao genérico final: Tom Cruise como nunca o imaginaram...
THE GODFATHER - PART III
Filmes da Minha Vida - XV