sexta-feira, dezembro 29, 2006

Babel (2006)

de Alejandro Iñarritu

Mundo Babel

De Alejandro Inañarritu, o autor dos sublimes Amor-Cão e 21 Gramas, chega-nos este vendaval de cinema realista e ao mesmo tempo poético, em que 4 histórias convergem para uma alegoria sobre a não comunicação e a fatalidade do destino na sociedade do Sec.XXI.
Um destaque muito grande para as interpretações, para uma fotografia arrebatadora e para uma realização inspíradíssima. Um dos grandes filmes deste ano que finda!

terça-feira, dezembro 26, 2006

O Trono de Sangue (1957)

de Akira Kurosawa


Um Crime Real (1999)

de Clint Eastwood


A carreira de Clint Eastwood enquanto realizador, tem se caracterizado por duas vertentes: a claramente comercial (Dirty Harry, Firefox, Rookie) e outra com pretensões claramente mais pessoais e artísticas (Honkytonk Man, Imperdoável, Um Mundo Perfeito, Million Dollar Baby).

Em Um Crime Real Clint funde essas duas vertentes, que apesar de não funcionarem a 100%, devido a algumas sequências algo arrastadas e claramente a mais, acabam por dar luz a um filme fascinante do ponto de vista humanístico. Para Clint Eastwood, o humano com as suas virtudes e (muitas) falhas são o que há de mais fascionante nas suas histórias. O seu torturado Steve Everett é exemplo máximo disso mesmo, juntando-se a outros (anti?)heróis da galeria Eastwood. A sua corrida contra o tempo para salvar a vida de um condenado à morte (magnífico Isaha Washington) é essencialmente uma corrida para Everet salvar a sua alma e encontrar a redenção tão desejada.




Um destaque muito grande para a magnífica mise-en-sene de Eastwood, fugindo a vários clichés (o momento em que Everet e Bitchum se reencontram no final é um marco de contenção e emoção onde todo um subtexto pode ser visto no olhar dos dois actores sem trocarem uma única palavra), assim como vários actores, destacando a sempre luminosa Diane Venora.

A Favor : Clint Eastwood realizador, Clint Eastwood actor, a economia do argumento.

Contra : Um James Woods excessivamente cabotino e algumas sequências desnecessárias

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Greystoke - A Lenda de Tarzan (1984)

de Hugh Hudson


Adaptação algo supreendente da história de Tarzan, realizada com mão segura pelo anémico Hugh Hudson (Momentos de Glória, Revolução). A surpresa é tal, que até o geralmente canastrão Chistopher Lambert (Highlander), aguenta bem o papel do homem-macaco.

Com uma bela fotografia, uma belíssima partitura (John Scott) e um bom ritmo narrativo, Greystoke é mais um filme a redescobrir no báu cinematográfico dos anos 80.




A Favor: A fidelidade ao livro original de Edgar R. Borroghus e os actores Christopher Lambert, Ian Holm e Sir Ralph Richardson

Contra : A péssima dobragem feita à personagem de Andie Mcdowell

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Galipoli (1981)

de Peter Weir


O épico que Peter Weir filmou em homenagem ao famosos Anzacs. Manifesto anti-guerra que com a sua abordagem lírica mas por vezes brutal é um dos grandes momentos na carreira deste realizador australiano.

Cheio de momentos inesquecíveis (a travessia do deserto australiano, as corridas de mulas no Cairo, a esfinge, a morte nas trincheiras), este filme é um dos grandes momentos de cinema vindo da Austrália, onde um muito jovem Mel Gibson e um desparecido Mark Henry brilham a grande altura na figura dos dois amigos corredores que encontrarm a loucura da guerra nas trincheiras de Galippoli.

Um filme inesquecível com um plano final aterradoramente belo.

A Favor: a realização de Peter Weir, a música de Jean-Michel Jarre e a magnífica fotografia.
Contra: a 1ª metade do filme é algo lenta (no mau sentido) mas nada que prejudique este magnífico filme

quinta-feira, novembro 30, 2006

Os Homens do Presidente (1976)

de Alan J. Pakula


Uma surpresa este verdadeiro clássico dos anos 70. Com duas estrelas de 1ª grandeza (Robert Redford e Dustin Hoffman), um realizador muito inspirado quer a nível visual quer na direcção dos actores, e especialmente um argumento muitíssimo bem construído. Uma história de paranóia e conspiração a que anos mais tarde Michael Mann, foi buscar muita da inspiração para o magnífico O INFORMADOR.

Destaque ainda para o papel de Jason Robards, numa verdadeira lição de underacting, que lhe valeu o Oscar da Academia pelo seu magnífico papel.

Fuga à Meia-Noite (1988)

de Martin Brest

terça-feira, novembro 14, 2006

Um Eléctrico Chamado Desejo (1950)

de Elia Kazan


Esta obra polémica dirigida com mão de mestre por Elia Kazan, que revelou o “monstro” Marlon Brando, é uma adaptação da peça de Tenessee Williams, que tinha sido encenada pelo mesmo Elia Kazan. É um filme algo desconcertante, uma vez que apesar de se confinar a praticamente um só cenário, a direcção de Kazan e a intensidade das representações de Marlon Brando e Vivien Leigh , tornam esta obra altamente cinemática. Filme com muitas alusões eróticas, assim como provocações aos códigos da moral e da censura da altura, Um Eléctrico Chamado Desejo é um clássico a ver e rever por todo espectador que quiser ver um grande espectáculo da arte de bem representar e apreciar a direcção genial de um dos grandes mestres do cinema norte-americano da década de 50 e 60, de seu nome, Elia Kazan.

The Departed - Entre Inimigos (2006)

de Martin Scorsese


Regresso muito aguardado ao tema de sempre do cinema de Scorsese: A máfia , ou o desespero moral a que as suas personagens são obrigadas a abraçar uma vez que a sociedade (e por vezes eles próprios) rejeita e aliena-os devido à sua especificidade cultural e sociológica. Foi assim em Mean Streets, foi assim em Taxi Driver, foi assim em Raging Bull, foi assim em Goodfellas, foi assim em Casino e é assim em The Departed. Exemplo dessa ideia é a fortíssima cena em que um magnífico Leonardo Di Caprio, é confrontado com a falta de futuro na força policial onde se formou, a não ser que se torne um bufo/rato/infiltrado. Essa cena quanto a mim, revela mais que 30 cenas de exposição juntas, porque de uma acentada só, é revelada a complexa personalidade do personagem de Di Caprio e todas as motivações que o impelem a aceitar uma missão no mínimo suicida.

Os actores, estão todos excelentes, com destaque para o já referido Di Caprio, o aterrorizante Jack Nicholson, o imoral Matt Damon, o escatológico Mark Whalberg, ou mesmo a luminosa Vera Farmiga.

Falar da excelente montagem de Thelma Schoonmaker ( colaboradora essencial de Scorsese desde o inesquecível Raging Bull) , é praticamente uma redundância, mas obrigatório mesmo assim. Porque o ritmo diabólico que é impregnado na narrativa deve muitíssimo às excelentes cargas de energia que os cortes precisos e bastante reveladores que a magnífica dupla Scorsese/Schoonmaker aplica de forma sublime.

Agora um pequeno aparte, não sou daqueles que esconjuram Gangs Of New York, ou o Aviador. Quanto a mim, apesar de claras falhas, Gangs, foi claramente um filme com uma mensagem fortíssima e uma carga visual visceral (e não esquecer o estrondoso Billy the Butcher). Já em relação ao Aviador, apesar de ter ficado bastante desiludido num primeiro visionamento (coisa que não me aconteceu com os Gangs), o filme ganhou quanto a mim muitíssimo numa segunda leitura, uma vez que apesar do seu classicismo formal, a personagem do torturado Howard Hughes é quanto a mim uma das mais fortes de todos os filmes de Scorsese, fazendo lembrar recorrentemente essa figura trágica maior do universo Scorsesiano, o igualmente assombrado (e assombroso) Jake La Motta (do monstro De Niro).

Espero que me perdoem esta divagação pelos ultímos trabalhos do mestre Marty, mas creio que The Departed, é um magnífico filme. Excelente argumento, visceral, implacável, duro, comovente… mas … mas… falta qualquer coisa. Talvez falte uma sequência final como a magnífica paranóia de Ray Liotta na sequência final de GoodFellas, ou uma espiral auto destrutiva como a de Nicholas Cage em Bringing Out the Dead.

Talvez falte aquela pincelada de génio a que o Scorsese nos habituou. Mas seja como for Scorsese é dos geniais turcos dos anos 70, aquele que se mantém irredutível à sua crença e ela é o CINEMA.

Quanto a Oscars, se temos os filmes, para quê os Oscars? Scorsese não precisa deles para ser o maior realizador do mundo (e para mim já o é há 28 anos).

sexta-feira, outubro 20, 2006

Touro Enraivecido (1980)

de Martin Scorsese


terça-feira, outubro 17, 2006

Decisão Crítica (1996)

de Stuart Baird

Nova Iorque Fora de Horas (1985)

de Martin Scorsese



Filme que marcou a recuperação comercial de Scorsese, após falhanços consecutivos nas bilheteiras. Scorsese afirmou que este foi o filme em que ele queria provar a si próprio que conseguia filmar uma história simples, em pouco tempo e que fizesse algum dinheiro. Creio que não só conseguiu, como superou os seus objectivos iniciais, uma vez que como em tudo na sua carreira, o toque de génio anda sempre por lá, portanto esta comédia negríssima, poderá ser considerada tudo menos simples, uma vez que o alucinado personagem de Grifinn Dunne poderá criar sentimentos ambivalentes no espectador.Por vezes algumas das suas acções roçam o desprezível (espreitar a lingerie de uma miúda morta não se faz!!!). Ambientado na zona do Soho, esta obra delirante está recheada de personagens bizarras, excêntricas, ou simplesmente insanas. Um clássico absoluto do cinema dos anos 80, recheado de citações cinéfilas, uma câmara delirante, uma montagem vertiginosa (grande Thelma Shoonmaker) e que valeu a reabilitação do seu realizador ao olhos de Hollywood, assim como o prémio de melhor realização no Festival de Cannes.
Destaque para a brevíssima aparição de um Scorsese “possuído” na cena do Clube Punk.

segunda-feira, outubro 09, 2006

O Novo Mundo (2005)

de Terrence Malick







sexta-feira, outubro 06, 2006

Matador (2006)

de Richard Shepard

Contacto (1997)

de Robert Zemeckis

Hollywood Ending (2002)

de Woody Allen


Sátira mordaz aos meandros de Hollywood com aquele humor inteligente e directo no alvo, que só o grande Woody Allen nos sabe dar. A história narra as viscissitudes do regresso de um realizador que se encontrava ostracizado dos grandes filmes, o problema é o realizador sofrer de uma cegueira (psicosomática) que irá ocultar durante toda a rodagem. As interpretações como em todos os filmes de Woody Allen, são sólidas e espontâneas e o filme está recheado de momentos hilariantes (o reencontro de Woody com o seu filho Tony, que entretanto mudou de nome para Scumbag X ).Os pouco pontos fracos são uma certa insistência na comédia física que parece algo desajustada, e sinceramente pouco cómica.. É de salientar a forte componente autiobiográfica (um realizador incompreendido na América mas adorado na Europa é familiar a alguém?) e não esqueçamos a ironia suprema do final do filme o personagem de Allen continuar a sua carreira na Europa uma vez que está "queimado" nos EUA.

Syriana (2005)

de Stephen Gaghan


A política definitivamente está de regresso a Hollywood. Desde os anos 70 (Alan Pakula, Sidney Lumet ou Costa-Gavras) e alguns fogachos nos anos 80 (Warren Beatty e Oliver Stone), que filmes que questionem o estado das coisas e agitem as consciências, pareciam estar definitivamente arredados. O principal impulsionador desse regresso é um senhor chamado George Clooney (produtor neste filme e realizador em Good Night and Good Luck).

Syriana é um filme sobre as consequências da desastrosa política externa americana, do seu passado e do seu presente, provocando no espectador uma necessidade de reflexão sobre o futuro. O personagem desencantado (e abandonado) de Clooney serve de metáfora a todo um comportamento autoritário e prepotente que transformou os Estados Unidos de carrascos em vítimas (o 11 de Setembro). Isso aliás é bem explícito no momento final do filme em que os jovens iranianos praticam o acto máximo de desespero. O enredo gira à volta do negócio sujo e de interesses geopolíticos do petróleo, mas é mais que isso. As consequências humanas dessa ausência de escrúpulos, manifestam-se através da tragédia pessoal no personagem de Matt Damon, na corrupção espiritual do advogado brilhantemente interpretado por Jeffrey Wright, ou no "despertar" do agente da CIA que George Clooney encarna de forma sublime.

Formalmente, o estílo documental da obra reforça a sensação de real, que trespassa a narrativa aparentemente desordenada, graças também a uma montagem à primeira vista aleatória, mas que funciona em crescendo até ao explosivo final. Infelizmente Syriana sofre de excesso de personagens que impede uma identificação maior por parte do espectador. Caso as cinco histórias que compôem o mosaico narrativo deste filme, fossem apenas duas ou três, o filme teria tido um impacto bastante mais avassalador. Mas Paul Thomas Anderson só há um.

De qualquer forma Syriana é um filme que faz pensar (e por vezes sentir) e em que o mérito dos actores e do realizador Stephen Gaghan é digno de bastante valor.

Poseidon (2006)

de Wolfgang Petersen

Do realizador do assombroso Das Boot (81) e do trepidante A Tempestade Perfeita (99), esperava-se muito mais neste seu regresso a um tema que lhe é tão querido, os naufrágios marítimos. Infelizmente tudo neste filme está de cabeça ao contrário, a começar no realizador, passando pelos actores ( que saudades do Kurt Russel nos tempos do Carpenter) e a acabar no pobríssimo argumento(?). A única nota positiva, vai para a capacidade de Wolfgang Petersen criar momentos de tensão quase insoportável. Mesmo assim é muito pouco para tantos meios e talentos envolvidos. Em suma, uma perda de tempo

Miami Vice (2006)

de Michael Mann

Longe vão os tempos dos fatos armani, do Ferrari Daytona, das cores pastel ou dos neons, tudo o que criou o mito e a fama da já clássica série Miami Vice. Desse ícone dos anos 80, apenas sobreviveram os nomes dos personagens principais. Esta Miami, tem mais semelhanças com a Los Angeles de Colateral ou Heat, do que prpriamente com a solarenga Miami dos anos 80. Michael Mann, o realizador, abstracionista, poético, duro, experimental, perfeccionista e inovador, pegou no conceito original da série, e levou-o para um patamar mais elevado. Um patamar a que se pode chamar de mais adulto. Se à sensação que trespassa o filme do início ao final, é o de perda e da impossibilidade de vida para além da profissão. E num filme de Michael Mann, a profissão de um personagem é a sua maior obsessão assim como a sua perdição. Era assim em Thief, em Manhunter, em Heat ou em Colateral, com personagens torturados por uma solidão fatídica da qual não conseguem (ou não querem) escapar. Foi assim com Neil McCauley ansioso por iniciar uma nova vida longe do crime (Heat) e assim foi com Vincent Collateral que paga o preço mais caro, por criar uma relação de amizade com o seu taxista morrendo sozinho num metro de LA (Collateral), cidade de todas as solidões nos filmes de Mann. A estes personagens, pode se juntar agora este Sonny Crocket, interpretado por Collin Farrel com uma intensidade dramática (sem um único exagero interpretativo) digna de um filme de Michael Mann. O personagem de Crocket é o irmão espiritual de Frank em Thief, Jeffrey Wigand em The Insider ou mesmo de essa complexa e torturada alma que é Will Graham em Manhunter.

Todos eles devido às suas convicções, acasos do destino ou simplesmente por falta de alternativa, têm mais cedo ou mais tarde de deixar as suas relações para trás entregando-se assim na solidão que possibilitará resolver (ou não) o conflito em que se encontram. Este facto é mais uma vez assinalado em Sonny Crocket que ama a sua profissão mas que anseia por uma criminosa Isabella, tendo que no final tomar a decisão típica de um homem de Mann. O filme começa como acaba, abruptamente, como um pedaço da vida de alguém, com uma backstory e com uma continuação que nos são vedadas. O realismo (assim como a realidade) sempre foi uma das obsessões de Mann. Senão como justificar a utilização de ferramentas utilizadas em assaltos reais como adereços em Thief, ou da imersão de William Petersen no personagem de William Graham ao ponto da perda de identidade do próprio actor (facto assumido pelo próprio), ou então os 107 locais de filmagem de Heat, todos reais, com uma recusa por parte de Mann em utilizar qualquer tipo de cenário em estúdio. Em Miami Vice esse sabor do real está bem patente nos procedimentos policiais, assim como na gestão da narrativa, que foge dos clichés como se fugisse da peste. Trata-se de momentos na vida destes personagens, que no fim acabam por ter uma conclusão algo inconclusiva (e não é assim na vida real?). Voltando ao estilo do filme, parece-me claro que a partir de The Insider, Michael Mann, começou a sua fase mais experimentalista enquanto cineasta. Se por um lado a câmara ao ombro transmite uma sensação de realismo dinâmico, a mesma por vezes cria um lirismo poético que transcende a própria imagem ( neste particular o uso do foque/desfoque é bastante eficaz ). Longe estão os neons e luzes de Thief, Manhunter, Heat e claro está da já referida série Miami Vice.

Ainda só uma nota especial para a importância da música em Miami Vice (assim como em toda a carreira de Mann). Ao ouvirmos os acordes iniciais de Numb, dos Limp Bizkit, no início do filme, podemos assustar-nos um pouco, mas nas mãos de Michael Mann esses acordes conjugados com a imagem e a situação narrativa, criam um ambiente a que um crítico francês (referindo-se à utilização de música em Miami Vice a série) chamou de “pop transcendental”. E agora digam-me uma coisa, não é isso mesmo que sucede no momento em que Crocket e Isabella navegam mar adentro ao som de Moby? Um momento mágico num filme desiludido e cruelmente belo.

55 dias em Pequim (1962)

de Nicholas Ray

O último filme do lendário Nicholas Ray, e aquele que mais problemas lhe criou (teve um enfarte e renegou o filme devido à interferência do produtor Samuel Bronston). Mescla de western e filme histórico, é um filme apesar de todos os acidentes de percurso, com momentos muito conseguidos. A mão de Ray faz-se notar de forma bastante segura na direcção de actores e no desenvolvimento de personagens e suas relações. Com um ritmo em crescendo e com momentos ora trágicos, ora explosivos é sem dúvida um dos bons exemplos das super-produções de Hollyood, assim como um belo testamento de um dos seus enfant terribles.

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