segunda-feira, abril 13, 2009

Doubt (2008)

de John Patrick Shanley

A sombra da dúvida paira neste filme do argumentista (Moonstruck, Alive)tornado realizador, John Patrick Shanley (Joe Against the Volcano). Quem é aquela sinistra freira interpretada magistralmente por Meryl Streep? Ou quais os reais motivos do (aparentemente) simpático e progressista padre superiormente encarnado por Philip Seymour Hoffman? Doubt faz justiça ao seu título até aquele final que nos deixa na ... dúvida.

Nos anos 60, numa escola católica gerida pela Igreja, a estranha amizade entre um padre e um miudo de cor, fazem despertar as suspeitas na reitora da escola. Apesar da ausencia de provas, a fé inabalável da freira que se trata de um caso de pedofilia, faz com que esta recorra a todos os seus recursos para desmascarar o padre em questão.

Baseado numa peça da sua autoria, John Patrick Shanley adapta com mão segura o seu texto original. O guião deixa-nos constantemente na dúvida quanto aos motivos, emoções e acções dos personagens, o que nos aguça a curiosidade e o interesse num crescendo dramático, até chegar-mos aquele final, que deixará muita gente a pensar no filme, muito depois de saír da sala de cinema. Pena é que as raízes teatrais desta obra, se encontrem demasiado vincadas, pois o facto de toda a narrativa se prender num único local, torna por vezes o filme algo monótono visualmente.

Mas seja como fôr, o brilhante duelo dos dois actores principais, assim como um guião que aborda temas dificeis e polémicos de forma original, tornam este filme numa agradável surpresa.

4 comentários:

Red Dust disse...

Mais que tudo conta o exemplar trabalho dos actores. O argumento, na sua dúvida, ficou demasiado espartano e algo ambíguo.

Abraço.

Luís A. disse...

O facto do guião ser ambiguo, foi um dos motivos pelos quais gostei deste filme. Mas tambem é certo que a ausencia de pay-off é desconcertante. E sim os actores são enormes.

Abraço

Filipe Machado disse...

Como referi no meu blogue, Doubt é uma película sedutora e assombrosa devido ao seu carácter subtil e simultaneamente provocatório. Emocionalmente e intelectualmente exaustivo, apresenta-se como um drama puro onde as interpretações fabulosas do elenco têm um papel decisivo no desenvolvimento do enredo, ao estimular o espectador a reflectir sobre as suas mais profundas certezas e incertezas. O confronto interpretativo entre os “monstros” Meryl Streep e Philip Seymour Hoffman merece, só por si, infinitos visionamentos. Dou 9,5 em 10. Um dos melhores filmes que vi este ano!

Luís A. disse...

"estimular o espectador a reflectir sobre as suas mais profundas certezas e incertezas"

Sem duvida Filipe. Esse efeito é alcançado. Mas mesmo assim falta qualquer coisa, creio que o conflito poderia estar mais bem explorado. Por exemplo a freira mais nova parece-me a mais. Mas é um bom filme sem duvida alguma.

abraço

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