quarta-feira, maio 30, 2007

TOP 10 de Michael Mann

Uma lista que junta senhores tão distintos como Scorsese, Ford, Eisenstein, Coppola ou Murnau. Nas palavras do próprio Michael Mann, aqui vai o TOP 10 dos filmes da sua vida.

Michael Mann

Realizador
Argumentista
Produtor





Apocalypse Now (Coppola)
Coppola made the ephemeral dynamics of the mass psyche's celebratory nihilism, its self-destructive urges and transience, concrete and operatic. A fabulous picture.

Battleship Potemkin (Eisenstein)
Eisenstein invented not just film form, but a dialectical theory of the construction of cinematic narrative. He laid the theoretical foundation in 1924 and embodied it in cinema's greatest classic. Its influence in British, Weimar and American cinema is extraordinary.

Citizen Kane (Welles)
A watershed that perceives and expresses content in a grand way, never done before.

Dr. Strangelove (Kubrick)
The whole picture is a third act. It codifies and presents as outrageous satire the totality of American foreign and nuclear policy and political/military culture from 1948 to 1964. And it's more effective for being wicked ridicule than any number of cautionary fables.

Faust (Murnau)
Invented what had never been done before and delivered magic in both its human pathos and visual effects. (My selection is based on having viewed an excellent 35mm print.)

Last Year at Marienbad (Resnais)
A defining film. It's almost the end of modernism when counterposed against Godard.


My Darling Clementine (Ford)Possibly the finest drama in the classic Western genre, with a stunningly subjective Wyatt Earp (Henry Fonda). And it achieves near-perfection as cinematic narrative in its editing and shooting.

The Passion of Joan of Arc (Dreyer)
Human experience conveyed out of the abstract elements of the human face and pure compositions. No one else has shot and realised human beings quite like Dreyer in this film.

Raging Bull (Scorsese)
We are so sucked into the failing and besotted life of La Motta and his need for and pursuit of redemption. The humanity of the picture is as extraordinary as Marty's execution, with its near-perfection in the economy, staging, blocking and compositions.

The Wild Bunch (Peckinpah)
No other picture captures the poignancy of 'the last of', a fin-de-siècle sense of the West, of ageing, of the pathos of twilight.

segunda-feira, maio 28, 2007

Elephant (2003)

de Gus Van Sant



Não é fácil escrever sobre Elephant, o grande vencedor do festival de Cannes 2003. Não é fácil porque não existe propriamente uma história, mas sim uma colecção de momentos mundanos na vida de vários personagens ao longo de um dia, que vão lenta e impiedosamente caminhando lentamente para um final brutal. Não é fácil porque a originalidade por detrás do olhar do realizador é simplesmente sublime. Não é fácil, porque Elephant, faz pensar e sentir de uma forma avassaladora.

A grande mais valia deste filme perturbante, é a câmara poética, e ao mesmo tempo distante, de Gus Van Sant. Em Elephant, a imagem tem o seu tempo respira e contempla, criando a ilusão do real. Mas esse tempo por vezes, é distorcido a belo prazer pelo cineasta, com constantes flashforwards que trocam as voltas ao especatdor, mas que nunca o confundem, e sim surpreendem pela audácia. Uma palavra também para os pontos de vista dos personagens, que são fulcrais à construção da tensão, esbarrando uns nos outros e ao mesmo tempo complementando-se.

Passa por este grande filme, uma lufada de ar fresco estético como há muito não sentia num filme. Seja pelos virtuosos (e arrrebatadores) planos sequencia, pelo uso inspiradíssimo do foque/desfoque ou pela magnífica fotografia. É de salientar que Gus Van Sant não utilizou um guião, mas sim um outline para que os não-actores podessem ter a liberdade de aplicar as suas próprias personnas nos personagens.

Elephant...como disse atrás, não é fácil escrever sobre este filme, portanto quem não viu, que veja, quem viu, reveja, pois de certeza que esta será uma das obras-primas do cinema do século XXI.

Palmarés de Cannes 2007


PALMA DE OURO4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias, de Cristian Mungiu (Roménia)
GRANDE PRÉMIOLa Foret de Mogari, de Naomi Kawase (Japão)
PRÉMIO DO 60. ANIVERSÁRIOGus Van Sant, por Paranoid Park
INTERPRETAÇÃO FEMININAJeon Do-Yeon, em Secret Sunshine, de Lee Chang-Dong (Coreia do Sul)
INTERPRETAÇÃO MASCULINA — Konstantin Lavronenko, em Izgnanie, de Andrei Zviaguintsev (Rússia)
REALIZAÇÃO Julian Schnabel, por Le Scaphandre et le Papillon (França)
ARGUMENTOFatih Akin, por Auf der Anderen Seite (Alemanha)
PRÉMIO DO JÚRI (ex-aequo) — Persepolis, de Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud (França) — Stellet Licht, de Carlos Reygadas (México)

quinta-feira, maio 24, 2007

Este título é genial!!! : Werewolf Women of the SS











Título de um filme que nunca existiu, mas que tem trailer, exibido em conjunto com o novo delírio da dupla Rodriguez&Tarantino: GrindHouse
Entre outra bizarrias vemos o Nicholas Cage como Fu Manchu num duelo contra as malvadas lobifémeas nazis. Imperdível!!!

terça-feira, maio 22, 2007

10 Grandes Flops, 10 Grandes Filmes

Heavens Gate (1980) de Michael Cimino

O rei de todos os flops. O filme que “afundou” a UA. O épico que Michael Cimino realizou após o sucesso retumbante de The Deer Hunter. Alvo de remontagens que o prejudicaram gravemente, é um filme belíssimo, em que o espírito megalómano de Cimino, está presente em todas as cenas. Excessivo em duração, excessivo em beleza pictórica, excessivo em audácia e excessivo em ambição. O melhor western moderno? Para mim é.

One From the Heart (1982) de Francis Ford Coppola

Tal como o filme de Cimino, este também afundou um estúdio, neste caso pertença do próprio realizador, a American Zoetrope. Desde uma Las Vegas inteiramente recriada em estúdio, aos épicos números de dança (com consultoria do mito Gene Kelly).à irreverência romântica das canções de Tom Waits. One From The Heart, marcou a estreia de novos processos de filmagem/edição (a utilização de vídeo para a pós-produção) e uma mescla entre linguagem teatral e linguagem verdadeiramente cinematográfica. Um filme verdadeiramente à frente do seu tempo.

Raging Bull (1980) de Martin Scorsese

Era suposto ser o canto de cisne do seu autor. O filme em que Scorsese iria empregar toda a sua criatividade e principalmente toda a sua alma e personna, sem receio das consequências negativas. Em conjunto com o já referido Heavens Gate, acabou por dar a machadada final na já debilitada UA. Uma abordagem anti-convencional sobre uma personalidade verdadeiramente auto-destrutiva (tal como o seu realizador na ressaca dos excessos dos anos 70). Não foi o final da carreira de Scorsese, mas foi o início de uma travessia no deserto Hollyoodesco que só acabou com The Last Temptation Of Chrsit e especialmente GoodFellas. As sequências de boxe, a raiva de De Niro ( e a sua impressiva transformação física ), a beleza da fotografia preto e branco e o virtuosismo e integridade artística de Scorsese, fazem deste filme um dos mais belos de todos os tempos.

New York, New york (1977) de Martin Scorsese

Homenagem Scorsesiana aos clássicos musicais de MGN, que com a sua mistura única entre escapismo e um realismo incómodo (a marca de Scorsese), deixou as audiências da altura perplexas. Um grande destaque para De Niro num dos seus grandes papéis.

Alexander (2004) de Oliver Stone

O filme da vida de Oliver Stone. O projecto com que sonhava desde criança, o épico do ano de 2004 e o maior flop desse mesmo ano. O realismo das batalhas, a abordagem autêntica aos personagens e uma certa recusa norte-americana a conhecer factos históricos, fez com que este belíssimo épico afundasse nas bilheteiras americanas. Posteriormente recuperou o seu dinheiro na Europa.

Scarface (1983) de Brian De Palma

Filme grandiloquente e desmesurado. Esteve desde a sua génese rodeado em polémica, com acusações de racismo da parte da comunidade cubana. O excesso patente no assombroso Tony Montana ( Al Pacino enorme ), a decadência que o crime causa e o tom negro e cláustrofóbico fizeram com que as audiências voltassem costas a este épico criminal. Destaque para o argumento escrito por Oliver Stone (com 314 fuck words), para a banda sonora muito 80’s de Giorgio Moroder e para a excelência da realização Hitchkockiana de Brian De Palma..

Manhunter (1986) de Michael Mann

Dino de Laurentis convidou Michael Mann a realizar e adaptar o livro de Thomas Harris de seu título Red Dragon. Mann, na crista do sucesso de Miami Vice, teve carta-verde para fazer o filme que quis. E o filme que Mann fez, é só o melhor filme alguma vez feito no género serial Killer movie. A identificação entre um investigador e um assassino psicopata
É o mais assustador neste filme. A fotografia de Dante Spinotti, o perturbante Will Graham (personagem de William Petersen no papel da sua vida), Hannibal Lector (excelente Brian Cox) mais frio e calculista que nunca e a direcção estilizada e deslumbrante de Michael Mann, fazem o melhor filme da saga “Silence of the Lambs”.

Millers Crossing (1990) de Joel Coen

Paródia séria ao cinema de gangsters, tem a autoria dos excêntricos irmãos Coen. Com um Gabriel Byrne, de magnetismo arrebatador, e um Albert Finney inesquecível. O argumento é de um detalhe e complexidade geniais. A fotografia de Barry Sonnefeld e a mestria dos Coen, fazem este filme que facilmente entra no Top 5 dos melhores filmes de gangsters de todos os tempos.

The Beach (2000) de Danny Boyle

Irreverente, sensual, alucinado e chocante. A Praia, foi alvo de muita polémica na altura da sua estreia. A crítica odiou, o público não gostou, mas agora estranhamente está a existir uma reavaliação que finalmente está a fazer justiça a este grande filme. Um filme de sonhos impossíveis e realidades perturbadoras. Magnífico papel de Di Caprio e de um Robert Carlyle completamente enlouquecido.

Dune (1984) de David Lynch

O épico espacial que David Lynch assinou com câmara de mestre, As paisagens interiores dos personagens, a mística que envolve a história, a beleza do deserto, a inconvencionalidade das cenas, fazem deste filme um dos melhores da FC dos anos 80. O negrume de algumas cenas, afastou o público adolescente, que queria ver um novo Star Wars, mas que se deparam com um filme que faz pensar e sentir.

segunda-feira, maio 21, 2007

Destaque da semana: Novos dvds de Nanni Moretti


Ora aqui está uma bela notícia. Dois filmes inéditos do grande Nanni Moretti, que tiveram lançamento em dvd este mês.
Os filmes em questão são, A Missa Acabou (1985) e Bianca (1984). Ainda não os vi, mas assim que isso aconteça, comento-os aqui.
A comprar por todos os fãs deste Senhor do cinema europeu e mundial. Preço 25€ (os dois ) na FNAC.


quinta-feira, maio 17, 2007

Tarde Demais (2000)

de José Nascimento

4 pescadores. Um barco encalhado. Um regresso difícil às margens do Tejo. Um grande filme português!

Pena que o nosso cinema não opte mais vezes por este realismo incondicional, que Tarde Demais apresenta. Quer a nivel da mise-en-scéne, quer nas representações, poderosas e dramáticas do magnífico quarteto de actores, quer num guião rigoroso e "despido" de artifícios dramáticos. Realismo é a palavra chave sempre presente. O resultado imediato no espectador, é ser arrastado para a situação dramática que os pescadores em questão viveram, surgindo uma imediata e intensa identificação com eles. Nunca no cinema português vi assim um filme, com esta serena intensidade, uma pulsão de morte e trágica ironia (os planos da Expo e da Ponte Vasco da Gama) , fornecida pela magnífica fotografia de Mário Castanheira.

Um desafio ganho, e de que maneira, por José Nascimento nesta experiencia sui generis no nosso cinema. Pena não haverem mais filmes portugueses assim.

segunda-feira, maio 14, 2007

3X Spike Lee - 3 Grandes Filmes numa semana


Findada a marotona Spike Lee da semana passada, aqui vão uns pensamentos sobre os filmes visionados.

Do The Right Thing (1988)
Sem dúvida a obra maxima de Lee. Narra o dia num bairro de Nova Iorque, onde as tensões raciais, escalam até proporções chocantes num final inesquecível. O segredo deste filme, é a justiça da abordagem de Lee, uma vez que percebemos claramente as motivações de todos os personagens. Tenso, divertido, inteligente, selvagem, realista, pertinente, trágico: uma obra-prima. Talvez o melhor filme feito sobre o racismo e todas as consequências que este causa na sociedade. Fight The Power!

Malcolm X (1992)
Biopic sobre um dos grandes líderes negros dos EUA. Denzel Washington no papel da sua vida e Spike Lee no filme da sua vida. A perspectiva de Lee, não tomba na abordagem referencial, e consegue mostrar as contradições de Malcolm X. Sem a alta voltagem de Do The Right Thing, mas mesmo assim com grandes momentos (destaque para a sequência que antecede o assassinato de Malcolm X) .

Summer of Sam (1999)
Um dos poucos filmes “brancos” de Spike Lee ( a par de A Última Hora (2003) e de O Infiltrado (2006) ), que segue um grupo de personagens ítalo-americanas no dia mais quente de Nova Iorque (tal como em Do The Right Thing), e onde a paranóia sobe tão alto quanto a temperatura, graça a um assassino psicopata à solta. Lee interessa-se mais pelos personagens e as suas relações/tensões, que propriamente no assassino à solta. Excelente ritmo, banda sonora e realização que se conjugam, em mais uma explosão, num final surpreendente. A par de Fight Club foi para mim, o filme do ano de 99

DO THE RIGHT THING - insultos

O Mistério da Estrada de Sintra (2007)

de Jorge Paixão da Costa

Produção nacional com excelentes valores. O Mistério da Estrada de Sintra tem como grandes mais valias, o sentido narrativo de Jorge Paixão da Costa ( a mistura entre o folhetim e o processo de escrita do mesmo ) e a magnífica interpretação de Ivo Canelas ( o grande actor português da sua geração ) numa composição absolutamente “magnética” como Eça de Queirós.
O Mistério da Estrada de Sintra é sem dúvida, um passo em frente na reabilitação do cinema português aos olhos do grande público.

terça-feira, maio 08, 2007

O Mistério da Estrada de Sintra - O Blog

http://omisteriodaestradadesintra.blogspot.com/


Caríssimos e caríssimas, não tenho por hábito "postar" links de outros blogs, mas neste caso não resisto. O blog em questão é da autoria do meu caro Jorge Paixão da Costa. Nele ele aborda as agruras e alegrias do processo de concepção, escrita e produção do recentícissmo filme da sua autoria. Recheado de um humor hilariante que só o JPC tem, este blog é também uma excelente janela para a realidade, do processo de criação no cinema português.
Ah, e vi o filme ontem e ele não está nada mau! Nada mau mesmo! Mas isso é uma história que vai ter que ficar para outro post porque hoje o tempo não dá para mais.
Em baixo está um excerto do Blog.

"E finalmente de já ter tentado ele próprio adaptar para o cinema o Misterio da Estrada de Sintra, convenceu-me de que eu era a pessoa indicada para levar para a frente qualquer coisa do género "ninguém consegue fazer este filme como deve ser, se calhar nem tu!". Pensamento imediato; E se fosses à merda... Será que ele foi? Ou será que fui eu?"

sexta-feira, maio 04, 2007

Destaque da semana: Sam Raimi


O que é feito do Sam Raimi? Autor de Darkman, e da trilogia Evil Dead que são apenas dos mais delirantes e inventivos filmes dos anos 80/90. Fica aqui a foto. Cuidado que anda aí um tipo que dizem ser o realizador do Spiderman, e que anda a assinar com o nome dele.

Spiderman 3 (2007)

de Sam Raimi

Terceiro capítulo da saga do aracnídeo, é ao mesmo tempo o mais fiel à BD e o mais fraco da trilogia. Motivos? Spiderman 3 está recheado de clichés e de várias incongruências.

O problema deste elefante de 250 milhões de dólares, é a história: não existe! Apenas uma reciclagem de situações entre Peter Parker, Mary Jane e Harry Osbourne, directamente importadas dos filmes anteriores (que já de si não eram nada de especial). Compreende-se o facto de este ser um filme que obrigatoriamente tem fazer muito dinheiro (pelo menos 250 milhões de dólares), mas com a breca, era preciso ser tão bajulador com o público??? Não há espaço para a imaginação do espectador em Spiderman pois a trama mesmo para quem não conhecia a BD é demasiado previsível e estereotipada e os personagens estão quanto a mim muito mal desenvolvidos. Apenas consegui sentir algum interesse pelo Sandman de Thomas Hayden Church, mas mesmo esse só tem tempo de antena no início, para reaparecer “a martelo”na cena final.

Mas nem tudo é mau. Este é um blockbuster, e um dos filmes mais caros da história, e isso vê-se em cada imagem. Destaque enorme para equipe de efeitos visuais, que me parece ter atingido um nível de perfeição nunca vista na saga. Essa perfeição permite que vejamos acrobacias, situações e combates directamente saídos das vinhetas da BD, com uma fidelidade impressionante. A história de Venon, é das poucas que está boa uma vez que é fiel à BD e não inventa muito.
Em suma Spiderman 3 não é um bom filme, longe disso, mas é um espectáculo visual impressionante devido à mestria dos efeitos visuais.
A Favor: Os impressionantes efeitos visuais, coreografia dos combates e claro o Venon!
Contra: Personagens adolescentes e algo ridículos, abundância de estereotipos, açucar a mais nas cenas do trio Peter Parker, Mary Jane e a Tia May e a confirmação que o grande Sam Raimi de Evil Dead e de Darkman desapareceu de vez.

quinta-feira, maio 03, 2007

2XSpike Lee


















Depois de dois serões dedicados ao senhor Spike Lee. Aqui vão os pensamentos deste blogueiro sobre estes dois filmes muito díspares.

Spike Lee, sempre foi um provocador, desde o explosivo Do the Right Thing (1988), ao instigador Malcom X (1991) ou o incendiário Summer Of Sam (2001). E provocação é o que não falta em She Hate Me, história algo inverosímil de um executivo demitido, que agora ganha a vida com um trabalho no mínimo invulgar: engravidador de lésbicas.

O conceito que a inicio parecia prometedor na primeira metade do filme, acaba por descaír para um moralismo bacoco e completamente desadequado que me surpreendeu muito pela negativa. O Problema de She Hate Me é querer ser muita coisa ao mesmo tempo, filme de corporações, comédia sexual, drama familiar. É como se várias peças de um puzle que não encaixam, fossem juntas à força com um martelo. Apesar dos bons desempenhos, foi uma desilusão.


Mas o visionamento deste She Hate Me, trouxe algo de positivo, fiquei com vontade de rever um Spike Lee à séria, aquele dos bons velhos tempos, que agitas as consciências, e toca em feridas dolorosas mas que não podemos (ou não devíamos) ignorar. E o sorteado foi este Clockers. Projecto inicialmente destinado à dupla Scorsese/De Niro que entretanto preferiram filmar o sublime Casino (1995), fiquando Scorsese como produtor deste filme.

Desde o magnífico genérico com imagens reais de mortos em tiroteios relacionados com o tráfico de droga, ficamos com a sensação que esta viagem vai ser dura, E essa dureza (ou rudeza) de Spike Lee, é que o que melhor funciona como grande trunfo na sua carreira. O olhar de Lee, nunca desvia, pelo contrário ele mergulha, e as ideias preconcebidas que temos (neste caso do tráfico de droga e segregação social e racial) vão pela janela fora.

Todos os personagens aqui têm uma humanidade latente, apesar de uns serem maus e os outros mais maus ainda. Uma sequência particularmente cruel apesar de recheada de humor negro, é aquela em que os polícias (magníficos Harvey Keitell e John Turturro) revistam um cadáver e gozam com a situação falando directamente para o morto. A desumanidade nessa cena é desarmante. Mas Clockers, não é um filme sem esperança, apesar da tragédia sempre eminente, o final é luminoso e com uma luz de esperança.

Bravo Spike Lee! Apesar de alguns She Hate Me’s pelo percurso, todos os Clockers, 25th Hour ou Summer of Sam, revelam-nos que estamos na presença de um dos maiores cineastas do cinema norte-americano contemporâneo.

quarta-feira, maio 02, 2007

Como fazer um filme

de Claude Chabrol

Leitura leve mas interessantíssima. Cheia de humor e sarcasmo, este é um bom livro para quem quizer aprender com a experiencia de Chabrol, sobre as dificuldades, alegrias e frustrações de fazer um filme. Passando da escrita do guião, pela rodagem até à fase da distribuição, Chabrol, tem sempre uma palavra de conselho ao leitor e algum humor à mistura.

Aconselho a todos que estejam ou queiram entrar no ramo do cinema.

terça-feira, maio 01, 2007

Alexander (2004)

de Oliver Stone


Épico e intimista, este mágnifico filme de Oliver Stone, carece de urgente reavaliação. Na altura da sua estreia foi atacado um pouco por toda a parte, devido às cenas gay, o penteado do Colin Farrel ou o sotaque da Angelina Jolie.

Se bem que esses fait divers pode ser algo distractivos, o que é verdade é que Alexander é um regresso de Oliver Stone à sua máxima forma ( após um algo falhado Any given Sunday ). Nota-se que Stone tme uma paixão imensa pelo assunto retratado, e a sua realização é de louvar. Com batalhas imponentes, choques representativos electrizantes, cenas inesquéciveis e uma inspiradíssima banda sonora de Vangelis que dá muita força ao tom épico do filme.

Alexander como já disse carece de uma reavaliação que apenas o tempo trará. Eu quanto a mim foi a terceira vez que o vi e o sacana do filme parece que melhora a cada vez que o vejo, basta pôr de lado os fait divers.

Alexandre realmente é grande! No TOP 10 de 2004

A Favor: Oliver Stone realizador e argumentista, Colin Farrel, Angelina Jolie, Val Kilmer, Vangelis e a Batalha de Guagamella.

Contra: as cenas gay, o cabelo do Collin Farrel e um Jared Leto que parece que se enganou no filme em que entrou.

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