segunda-feira, abril 12, 2010

Bring me the Head of Alfredo Garcia (1974)

de Sam Peckinpah


Filme maldito de um cineasta amaldiçoado, este western contemporâneo, seria a última vez que Peckinpah filmaria no seu amado México (após Major Dundee, Wild Bunch e The Getaway). A história é simples, Bennie é um pianista alcoólico que tem a sua oportunidade de enriquecer. Para isso terá de entregar a cabeça do malogrado Alfredo Garcia a um poderoso rancheiro mexicano. Pelo caminho, terá de descobrir a sua sepultura, cortar-lhe a cabeça, fugir aos familiares de Alfredo e lutar contra os mafiosos que o perseguem. Se a premissa é macabra, a sua execução por parte de Peckinpah, é violenta, cómica e trágica. Bennie é um torturado alter ego do seu realizador. Aliás, o próprio Warren Oates, admitiu na altura, que se tinha inspirado em Peckinpah para criar a sua distorcida personagem, tais eram as semelhanças com a persona do seu realizador. O seu Bennie está no fim da linha e vê na sua missão a sua última hipótese de redenção. Mas como em todos os filmes de Peckinpah a redenção é feita de sangue. Trata-se de um filme desequilibrado e sem foco narrativo, pois sente-se que o realizador se marimbou para o guião e se deliciou a criar sequências chauvinistas, chocantes, sexistas e profanas. Mas nem tudo é violência nos filmes de Peckinpah e também aqui o seu lirismo melancólico está bem presente na sequência do piquenique. Essa cena é uma das muitas da carreira de um realizador injustamente acusado de falta de sensibilidade. Com uma interessante montagem e um trabalho comovente de Warren Oates, Bring Me The Head of Alfredo Garcia, é um filme marcante mas menor, na carreira de um dos mais influentes enfants-terribles da história da 7ª arte.


Sem comentários:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails