domingo, abril 13, 2008

Mr. Brooks (2007)

de Bruce A. Evans

A carreira de Kevin Costner, é um caso que sempre me intrigou. A sua ascenção meteórica com obras únicas e marcantes como The Untouchables, Revenge, JFK ou The Perfect World, valeu-lhe comparações com James Stweart ou Gary Cooper. Além do mais revelava um enorme talento na realização, com o lírico e belíssimo Dances With Wolves (pelo qual recebeu dois Oscars). Mas de repente, Costner eclipsou-se. A partir de Waterworld, iniciou uma espiral em queda livre, com desastres comerciais e artísticos uns após os outros. Bons (ou maus) exemplos são, For The Love of The Game, The Postman, ou 300 Milles to Graceland, tudo maus demais para sêr verdade. Costner, apercebendo-se disso, tentou dar a volta a essa situação.

Este Mr. Brooks, é uma dessas tentativas em que Costner procura recuperar a credibilidade perdida. Numa clara aposta de desconstruir (ou destruir) a sua imagem de bom rapaz, Costner assume a interpretação de um personagem complexo e arriscado. Justamente um serial Killer com dupla personalidade. Mas os resultados deixam muito a desejar. Costner apesar do seu óbvio star power, não é adequado neste tipo de papéis (em Perfect World foi muito muito melhor). O seu Mr. Brooks, nunca assusta, e sente-se o pouco à vontade de Costner, numa personagem tão psicótica e negra como esta. A sua inadequação, torna-se quase embaraçosa, cada vez que William Hurt (o seu alter ego), surge no ecrã e rouba-lhe descaradamente, todas as cenas em que surge.

O casting de Demi Moore no papel de uma polícia, é algo estranho e sente-se que o único motivo para tal, é a necessidade de grandes estrelas para chamar o público. As culpas da fraqueza deste projecto, podem também ser repartidas, por um guião demasiado esquematizado e algo trapalhão, e que se perde em narrativas paralelas que em nada fazem avançar a história e apenas distraiem e quebram o tom da fita. Bruce A. Evans com uma realização certinha, bem que se esforça para levar o filme a bom porto, mas o guião (da sua co-autoria) não dá para muito mais. Um factor interessante e original, é a relação de Mr. Brooks com a sua filha, que possivelmente, herdou do seu pai, mais do que este esperava.

Mas em suma, Mr. Brooks, é um filme com alguns bons momentos, mas que no seu todo, transmite uma sensação de desperdício ( especialmente de bons actores ) e que ainda não foi aquele regresso às boas graças do público, que Kevin Costner tanto esperava.

4 comentários:

Cataclismo Cerebral disse...

Quando vi o trailer pareceu-me razoável, mas não tenho grande interesse em vê-lo, sinceramente.

Luís A. disse...

realmente os trailers enganam muito. também tinha ficado com vontade de vêr, mas é uma desilusão.

abraço

Anónimo disse...

A esperança por Costner esvai-se a cada novo projecto. Uma pena.

Luís A. disse...

caro JL, eu tengo esperança que ele ainda recupere. talvez na realização...

abraço

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