Não é o primeiro filme de Scorsese, como costuma ser referido, mas sim o terceiro. Antes houve a experiencia de Whos That Knocking at My Door e a encomenda para Roger Corman de seu nome Boxcar Bertha. Mas é em Mean Streets que se dá a explosão Scorsese. Obra extremamente autiobiográfica, uma vez que o guião foi escrito baseado nas experiencias e vivencias do seu autor quando era um jovem à deriva nas mean streets de Litle Italy. Filmado com pouquissimos recursos e numa rodagem record de 24 dias e noites, Mean Streets é o primeiro tomo da triologia italo-americana e nele podemos já encontrar de forma explicita as raízes das obcessões do grande cineasta: culpa, fé, alienação, violencia e redenção. Harvey Keitel funciona como o alter-ego do realizador, e os seus conflitos são causados pela violencia do mundo que o rodeia e a impossibilidade de fuga desse mundo profano. Este filme marcaria tambem o inicio da colaboração De Niro / Scorsese. O grande actôr compõe um Johnny Boy instável, psicótico e extremamente apelativo, e é um dos motores das cenas mais intensas desta película. Destaque para o virtuosismo da camara de Scorsese, que com imaginação e uma execução brilhantes cria várias sequencias viscerais e inesquéciveis (a pancadaria no salão de bilhar, Keitel bêbado vagueando pelo bar). Mean Streets foi um primerio e sério aviso de que Martin Scorsese iria ser um nome a ter em conta no futuro do cinema americano.
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