sábado, fevereiro 23, 2008

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Filmes da Minha Vida - VII


"If you want me to keep my mouth shut, it's gonna cost you some dough. I figure a thousand bucks is reasonable, so I want two. "
Tom Reagen


Assinado em 1990 pelos irmãos Coen, este é daqueles filmes que quem viu não esquece. Apostados em homenagear um dos seus autores favoritos, Dashiel Hammet, os Coen, assinam este portentoso trabalho, recheado de referências cinéfilas a vários filmes de gangsters. Envolvido no meio de uma guerra de gangs, Tom Reagen (Gabriel Byrne no papel da sua vida) irá têr de escolher entre a lealdade ao seu patrão (um poderoso Albert Finney) ou à companhia da mulher que o ama (Marcia Gay Harden). Mas será que tudo é o que parece? Como diz a certa altura um dos personagens: “Up is Down. Black is White.”O tom é nilista e extremamente negro, e a violência explosiva não é para todos. Tem um enredo complexo e genial, uma fotografia deslumbrante, uma realização de mestre e interpretações inesquéciveis. E depois para além disso tudo, há aquela música fantasmagórica de Carter Burwell, plena de nostalgia e melancolia. Perfeita neste mundo único que é Millers Crossing. Fracasso de bilheteira na altura da sua estreia, Millers Crossing conquistou o estatuto de filme de culto e destaca-se como um filme fundamental no universo dos Coen, sendo o seu trabalho mais bem conseguido até hoje. Para mim, uma obra-prima apaixonante.

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Top Harrison Ford

Nº1: BLADE RUNNER


Nº2 : TRILOGIA INDIANA JONES



Nº3: WITNESS

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Alien (1979)

de Ridley Scott


“No espaço ninguém vos ouvirá gritar”, dizia a inspirada tagline deste clássico de 1979. Nessa frase encontrava-se sintetizada a mescla de géneros que é Alien, o terror e a FC, dois dos mais populares géneros do cinema. E é precisamente nessa mistura, que Alien tem os seus pontos mais fortes. Os ameaçadores corredores da Nostromo, o isolamento dos personagens, a claustrofobia dos espaços e um monstro como até então o cinema não tinha visto, foram elementos fulcrais para aquele que é considerado por muitos, um dos filmes mais assustadores da história.

Esse sucesso, deve-se principalmente ao apurado sentido visual de Ridley Scott, que dá uma verdadeira lição em construção de ambiente, para criação de tensão. A sua direcção é sempre precisa e graciosa, alternando essa tensão em crescendo, com momentos-choque (a 1ª aparição do alien na mesa de refeições, e a revelação do androide, são momentos marcantes). Nunca até então se tinha visto algo tão pessimista e desesperante na ficção-científica. Pena é que o guião de Dan O’ Bannon, não acompanhe o requinte de Scott, e por vezes caia por vezes em lugares comnuns da série B (afinal de contas Alien é um Monster Movie).

Marcando a estreia da excelente Sigourney Weaver no cinema, Alien tem direito ainda a um elenco de fantásticos secundários que vão de Harry Dean Stanton a John Hurt (com direito a uma das mortes mais chocantes do cinema). Mas mais que os actores, as verdadeiras estrelas estão do lado dos técnicos. Não como criadores de espectáculo visual de encher o olho (como é a moda agora com o CGI), mas como criadores de uma ilusão que remexe e agita os sentidos do espectador até pontos quase insoportáveis. Nesse campo técnico, além da mestria de Scott, há que dar um grande destaque à banda sonora inquietante de Jerry Goldsmith assim como ao magnífico e criativo trabalho sonoro de Derrick Leather, que contribui e de que maneira para a sensação de terror sempre presente neste verdadeiro marco do cinema moderno.

Um clássico que tem envelhecido bem. A revêr.

Votação Oscars - Resultados

MELHOR FILME: No Country For Old Men


MELHOR REALIZADOR: Paul Thomas Anderson

Votação Melhor FC - Resultados

Blade Runner
6 (46%)

Matrix
4 (30%)
Saga Star Wars
2 (15%)
2001
1 (7%)
Metropolis
0 (0%)

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

A harmonia no set com Klaus Kinski

Red Carpet - A passadeira do Cinema

(cliquem na imagem para ir para o site)
Um novo espaço na net, exclusivamente dedicado à 7ª arte. Tem excelentes contéudos, como notícias, críticas, passatempos e uma revista mensal. Passem por lá que vale a pena.

Save Me - Aimee Mann

Realização: Paul Thomas Anderson

domingo, fevereiro 17, 2008

The Kingdom (2007)

de Peter Berg

Um grupo do FBI liderado por um oscarizado Jamie Foxx, chega a Riade com o objectivo de descobrir e capturar os autores de um sangrento atentado que custou a vida de centenas de civis americanos e assim como sauditas. Pelo caminho o grupo americano é acompanhado por um coronel da polícia local (Ashraf Barhom), que os ajudará a encontrar a célula terrorista.

É com esta premissa algo simplista, que o actor tornado realizador Peter Berg, assina esta produção do brilhante Michael Mann. Para que conste, Mann esteve numa fase inicial para realizar este projecto, decidindo mais tarde realizar Miami Vice e entregar os comandos do filme a Peter Berg. Berg tem um estilo “televisivo” de câmara ao ombro que sinceramente não parece funcionar em The Kingdom. O realizador revela uma certa inaptidão para filmar as cenas dramáticas. Isso deve-se ao seu estilo aleatório e sem critério, onde a escala de planos é feita ao calhas e de forma muito atrapalhada. A juntar a esse problema, temos uma montagem igualmente em piloto automático. The Kingdom consegue ter mais cortes por segundo que qualquer filme do trolha Michael Bay. A edição às três pancadas cria um efeito de confusão quando aqui se pretendia dinamismo e tensão.

Mas the Kingdom é um mau filme? Não, não é. E isso deve-se ao excelente último terço de filme. Aí sim, a montagem e o estilo televisivo tão intromissores até aí, revelam-se surpreendentemente adequados, pois o filme entra em alta velocidade a partir daí. Um óbvio destaque à sequência na auto-estrada, em que o realismo, acção e espectacularidade são sinceramente de cortar a respiração. Pena foi Berg, não se ter apercebido que apesar de um filme ter um estilo, isso não implica filmar uma conversa da mesma forma que filma um tiroteio. É a velha questão da forma e do contéudo.

No capítulo dos actores, estes não comprometem, mas também não deslumbram. Isso é mais notório nos casos de Jennifer Garner e Chris Cooper, que defendem como podem as suas personagens subdesenvolvidas. Jamie Foox e Ashraf Barhom (os protagonistas), destacam-se pela química que conseguem atingir, e pela credibilidade das suas actuações.

Em suma, The Kingdom é um filme desequilibrado e prejudicado por uma primeira metade servida por uma realização e edição trapalhonas. Salvando-se na segunda parte em que essa realização acerta o seu rumo e nos presenteia com algumas das mais fulgurantes sequências de acção dos últimos anos. Sinceramente fiquei com a sensação de se ter perdido a oportunidade de se fazer um grande filme.

Uma nota ainda para o brilhante final, que sintetiza na perfeição, toda a ambiguidade moral que está inerente à natureza de qualquer guerra.

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

O trailer do ano!

Não Haverá Sangue na Margem Sul


O épico que está a ser considerado o melhor filme do ano um pouco por todo lado. Um dos grandes candidatos aos Oscars, com 8 nomeações. O regresso triunfal do genial Paul Thomas Anderson. A confirmação do talento desmesurado de Daniel Day-Lewis. Enfim o filme pelo qual espero há perto de um ano ... não tem direito a estreia em cinema na Margem Sul do Tejo. É curioso que os multiuplex's Forum Almada, Rio Sul e Freeport Alcochete que na sua totalidade perfazem mais de 30 salas não tenham nem uma para There Will Be Blood. E o mesmo se aplica às restantes salas do distrito de Setúbal. Será que é a forma das distribuidoras dizerem que bom cinema só na capital. Nós grunhos (ou será camelos?) da Margem sul, só gostamos mesmo é de Jumpers, Rambos e Cloverfields. É nestas alturas que penso nas palavras do nosso ministro Mário Lino. Querem vêr que ele tem razão? Ou será que os camelos estão nas distribuidoras? Resta-me pagar a portagem ...vemo-nos no Monumental!

ps- Fiquei curioso com esta situação e fui investigar se era mal apenas aqui do deserto. E o que descobri foi: There Will Be Blood está em 13 salas a nível nacional. A distribuição é a seguinte: 8 cópias em Lisboa, 4 no Porto e 1 em Coimbra. Os restantes cinéfilos que se fod...

A violência no cinema

"People love seeing violence and horrible things. The human being is bad and he can't stand more than five minutes of happiness. Put him in a dark theater and ask him to look at two hours of happiness and he'd walk out or fall asleep"
Paul Verhoeven

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Recordando Roy Scheider

O adeus à vida de Roy Scheider, pela mão do genial Bob Fosse, num filme verdadeiramente único. A melhor e mais sincera despedida que qualquer artista poderia deixar. Neste caso Fosse e Scheider. Paz para ambos. No cinema são imortais.

Bye Bye Roy

R.I.P
Roy Scheider
1932-2008

Mas que raio é que se está a passar neste ínicio de ano? Agora foi um dos actores favoritos da minha adolescência. Roy Scheider faleceu ontem vítima de doença prolongada O corajoso chefe Brody de Jaws, o estoico Frank Murphy de Blue Thunder, ou o genial e auto-destrutivo Joe Gidion de All That Jazz. So long Roy...

domingo, fevereiro 10, 2008

In The Valley of Ellah (2007)

de Paul Haggis

Esta película pertinente e actual, marca o regresso de Paul Haggis à realização, após os oscars e o sucesso de Crash. Tommy Lee Jones num registo dorido e em subtil underacting, tem um forte papel no personagem do ex-militar que procura descobrir o que aconteceu ao seu filho recem chegado do Iraque. Durante a sua investigação, irá ser auxiliado por uma civil, interpretada por Charlize Theron. Os dois irão descobrir uma verdade inesperada e assustadora que irá pôr em causa todas as suas convicções.

A inicio, In The Valley of Elah, parece situar-se em terrenos semelhantes ao magnífico Missing (o execelente thriller político assinado em 82 por Costa-Gavras). Más após a primeira parte, já sabemos o que aconteceu ao militar desaparecido. A questão torna-se descobrir o que causou aquela tragédia. E é nesse processo de descoberta, que se encontra a riqueza deste filme. Se de início, há insinuações de um possível “cover-up” por parte dos militares, o inteligentíssimo guião de Paul Haggis, acaba por renegar esse lugar-comum e começa a trocar as voltas ao espectador, habituado aos clichés típicos neste género de filme. Haggis encontra-se muito mais interessado numa humanização (ou desumanização) dos seus personagens. O mistério que realmente lhe interessa, é descobrir o porquê das consequências que as guerras têm nos seus intervenientes. Esse é o verdadeiro mistério, deste filme algo surpreendente.

A fotografia de Roger Deakins (este ano com duas nomeações) valoriza bastante o trabalho de Haggis, com composições originais e eficazes, que reforçam o tom de justeza da narrativa. Haggis dirige com mão segura os belíssimos actores ao seu dispor. A haver reticicencias nesse capítulo, elas cairiam no papel algo superficial de Charlize Theron, que peca por ser um pouco sub-desenvolvido. Mas no geral não é nada que prejudique esta inteligente longa-metragem com tons anti-belicistas, que acaba por levantar mais perguntas, que respostas.

Em suma In The Valley of Elah vem comprovar o talento imenso de dois senhores: o primeiro de seu nome Paul Haggis como um dos mais talentosos e originais guionistas de Hollywood. O segundo de seu nome Tommy Lee Jones, comprova o porquê de sêr simplesmente um dos maiores actores da actualidade.

Wall Street (1987)

de Oliver Stone

Em 1987, Oliver Stone, carregado com o prestígio alcançado com o sucesso e os Oscars de Platoon, passou das selvas do Vietname, para as selvas urbanas da alta finança de Wall Street. Nas palavras do realizador, essa foi a continuação natural de um antigo guião seu, o já mítico Scarface. Se nesse clássico o sub-texto da narrativa era impulsionado pelo consumismo implacável e desenfreado do início dos anos 80, em Wall Street a crítica torna-se mais acutilante e de certa forma realista. Aqui os gangsters dão lugar aos iupies da alta finança, sedentos de poder financeiro e desprovidos de valores éticos e morais. Essa filosofia é sintetizada de forma brilhante no célebre discurso proferido pelo personagem de Michael Douglas: “greed is good”.

No casting, Stone é brilhante como sempre. Resgatando de novo o seu alter ego da altura, o “desaparecido” Charlie Sheen, como o idealista Bud Fox, que lentamente se deixa corromper pelo maquiavélico Gordon Gekko. Gekko é interpretado por Douglas, com um sentido de timing e uma aura implacável que tornam este personagem um dos grandes vilões do cinema. Douglas ganharia um merecido Oscar com o seu papel. Outra jogada de casting brilhante, é a escolha do sempre seguro Martin Sheen, para o papel do íntegro pai de Fox, nem mais nem menos que o seu pai na vida real.

Stone com a sua dinâmica realização, consegue tornar um filme, que por tendência natural tenderia para o palavroso, em algo com bastante entretenimento e que nunca aborrece o espectador. Filmado quase como um documentário (utilizando por vezes takes longuíssimos sem cortes), Wall Street, tem aquele tipo de energia nervosa, que mais tarde explodiria nos trabalhos seguintes de Oliver Stone.

Em suma, um dos grandes filmes dos anos 80, e um belo conto moral, que funciona a vários níveis, criticando fortemente o espírito que reinava na altura: “Money never sleeps pal!”


quinta-feira, fevereiro 07, 2008

O 1º post do Blog de Hank Moody

Hell-A Magazin Blog Number 1:
Hank hates you all. A few things I've learned in my travel through this crazy little thing called life.One: A morning of awkwardness is far better than a night of loneliness.Two: I probably won't go down in history, but I will go down on your sister.And three: While I'm down there it might be nice to see a hint of pubis. I'm not talking about a huge seventies playboy bush or anything, just something that reminds me that I'm performing cunnilingus on an adult. But I guess the larger question is: Why is the city of angels so hellbent on destroying its female population?

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Manoel de Oliveira: O Documentário e a Arte em geral

Apesar de não ser fã dos seus ultimos filmes, é admirável a sabedoria das suas palavras e a sua lucidez nesta excelente entrevista.

Californication - 1ª season

série de Tom Kapinos

“You can't snort a line of coke off a woman’s ass and not wonder about her hopes and dreams, it's not gentlemanly.”

Hank Moody

Hank Moody é um escritor em plena crise: com "writers block" (que nas suas palavras é algo que não dá muito jeito) , alcoólico, sarcástico e viciado em sexo. A sua vida gira em torno de encontros sexuais, com mulheres fáceis e perturbadas que encontra em bares, stands de automóveis ou livrarias. Mas apesar desse lado depravado, há algo muito mais profundo em Hank, que funciona como catalizador para este comportamento: as suas recorrentes tentativas de regresso para a sua ex-mulher que o abandonou e está prestes a casar com outro homem. A filha adolescente de Hank funciona como único pólo de equilíbrio, na sua depravada existência.

Está achada uma das melhores séries de 2007. Com um humor políticamente incorrecto e recheada de sexo, alcoól e palavrões, esta série mesmo assim contem uma inesperada e tocante profundidade. David Duchovny no papel da sua vida (que lhe valeu um Globo de Ouro) está surpreendente na sua composição de escritor frustrado e desiludido com o rumo que a sua vida levou. Quem o viu como Mulder nos X-Files, terá uma valente surpresa com a sua magoada composição de Hank Moody.

Com uma escrita acutilante e inspiradíssima, esta série de Tom Kapinos vêm mais uma vez provar a pujança da actual produção televisiva norte-americana. Por vezes cómicas, outras vezes trágicas, as desventuras de Hank são um reflexo da sociedade em que vivemos, onde a ausência de valores, o desnorte emocional, a não comunicação e as famílias destruídas, são cada vez mais frequentes. A melancolia e as magníficas tiradas que Hank dispara contra todas as direcções desta sociedade à deriva, contribuem para analisarmos e reflectirmos o nosso lugar no mundo.

Poderá ser considerada uma série nilista e excessiva, mas o tom hilariante e por vezes trágico, dão-lhe um intenso sabor a verdade. Isso e a ausência de tabus ou clichés, fazem de Californication uma das melhores e mais arrojadas séries do ano! Um must.

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