

Contando esta fábula da frente para trás, da velhice para a juventude, o brilhante guião de Eric Roth, consegue cativar e envolver o espectador com as suas inteligentes metáforas, com que qualquer um de nós se pode identificar de forma total. Fincher, um pouco como em Zodiac, afasta o seu arsenal pirotécnico para com mestria, aplicar toda a sua mise en scéne para retirar o máximo proveito das interpretações superiores do duo Brad Pitt / Cate Blanchet, assim como dos fabulosos efeitos de caracterização, que tornam toda esta original premissa, credível aos nossos olhos.

Mas apesar de todas as virtudes técnicas e interpretativas deste filme poderoso, a grande virtude passa realmente pela forma justa e quase meditativa, com que Fincher conta a história da vida do peculiar Benjamin Button. Esse lado quase contemplativo, acaba por justificar uma duração, que alguns consideram excessiva. Mas lá está, o tema deste filme é o tempo e a sua inevitabilidade, e como tal a narrativa completa da vida de um homem, do nascimento à sua morte, acaba por ser plenamente aceitável. E Fincher foge de divagações metafísicas (apesar de elas estarem nas entrelinhas), ancorando o filme na realidade das emoções dos seus personagens. E essa é a magia de Benjamin Button. Um conceito mirabolante, contado de forma realista, emocionante, inteligente e profunda, com um desenlace final inesquécivel . Tal como The Wrestler, um dos grandes injustiçados nos Oscars, devido à histeria da moda, de seu nome Slumdog Millionaire.
Sem comentários:
Enviar um comentário