Filme apocalíptico, mas com uma mensagem de esperança. Confesso que quando estreou não me cativou especialmente ao ponto de o ir ver em sala, mas após muitos amigos meus, elogiarem com tanta paixão a qualidade da narrativa assim como das proezas técnicas do filme, lá me convenci e fui vê-lo.
Posso desde já dizer, que é um dos filmes mais audaciosos a nível técnico que estrearam nos últimos anos. Cuaron volta à forma que tanto sucesso lhe trouxe com o aclamado e belíssimo E a tua Mãe Também. Ou seja, aos planos sequência, que têm como efeito imediato o arrastamento e a imersão do espectador, nas imagens e na história que se desenrola perante os seus olhos, criando uma sensação de cinema documental, o que é de louvar numa história passada num contexto futurista. Mas nem só de proezas técnicas vive o filme, a história tem um conceito assombroso e original: o fim da humanidade causado pela infertelidade e as suas repercurssões na nossa sociedade. O argumento funciona também como metáfora, para os tempos de intolerância que vivemos, para com os estranhos que vêm de outro países. Também nesse capítulo este Filhos do Homem marca pontos pela sua actualidade.
No capítulo das representações, destque para um Clive Owen que continua com passo seguro rumo ao estrelato na composição do atomentado Theo e um excentrico e hilariante Michael Caine, na pele de um químico com muito humor e bom coração.
Em suma, um dos grandes filmes de 2006 e o regresso de Alfonso Cuaron à boa forma depois dos desapontantes Grandes Esperanças e especialmente o muito fraquinho Harry Potter (brrrrrr).
A Favor: o brilhantismo da realização de Alfonso Cuaron, a fotografia, a história e especialmente a magnífica sequência final que para mim é inesquecível!
Contra: apesar da originalidade da premissa, o argumento arrasta-se um pouco e certas personagens aparecem fugazmente e não trazem nada de novo.
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