António-Pedro Vasconcelos regressa com mais uma das suas histórias assumidamente comerciais e com o objectivo único, de chamar espectadores às nossas salas. É um gesto, que apesar do seu mérito, falha no momento crucial deste tipo de projectos. Ou seja, a Bella e o Paparazzo é um filme que se vê com agrado, tem bons diálogos, um ritmo escorreito e é completamente…vazio! A culpa é da história anémica, do desenlace previsível e das soluções fáceis. O filme tem uma boa surpresa chamada Soraia Chaves, que finalmente tem um papel que lhe permite exibir, mais que as suas generosas curvas, um talento dramático até aqui escondido. Os restantes actores vão bem, apesar do excelente Marco Dalmeida, não parecer, nem adequado, nem à vontade neste tipo de papéis românticos. Destacam-se ainda as presenças de Ivo Canelas, Nicolau Breyner e Nuno Markl, que rouba todas as cenas onde entra e tem direito às melhores deixas. APV nunca pretendeu assinar obras herméticas, como Oliveira e César-Monteiro, mas continua a falhar a ponte. A ponte onde o olhar artístico de um cineasta português, consiga ligar-se ao público que consegue levar à sala, oferendo-lhe um filme de conteúdo, compreensível, original e português. O público continua à espera.
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