sexta-feira, setembro 21, 2007

American Psycho (2000)

de Mary Harron


Patrick Bateman é um jovem yuppie de Wall Street, com muito dinheiro, gosto por fatos caros e uma obcessão pela perfeição física.. Os seus dias no escritório são preenchidos a fazer palavras cruzadas, a ouvir os ultimos êxitos da pop dos 80’s, a combinar almoços nos restaurantes in da cidade, em que se perde em conversas superficiais e frívolas com os seus igualmente supérfulos e frívolos colegas executivos. Mas é durante a noite que a verdadeira natureza monstruosa de Patrick vem ao de cima. Das prostitutas que contrata para os seus jogos doentios, aos pobres vagabundos da cidade que despreza, até às próprias autoridades policias, todos os que se cruzam com Patrick têm como fim uma morte violenta e sangrenta.

Baseado no polémico livro de Breat Eston Ellis, American Psycho, foi igualmente rodeado por muita celeuma na altura da estreia, devido ao seu forte contéudo gráfico e as cenas de sexo quase explícito. Ambientado na América dos anos 80, este filme funciona a vários níveis. É uma sátira mordaz à sociedade de consumo e superficial, é um filme de terror e por fim um mistério policial que tem um fim inconclusivo e amoral. Bateman personifica o lado mais doentio e perverso da américa regueniana, desprovida de moral e de empatia pelos outros e onde apenas conta a ganância e a ambição de cada um. Com uma estrutura narrativa que nos pôe desde o início a acompanhar o doentio personagem principal, o filme nunca tenta (e bem) explicar as motivações psicológicas que fazem Bateman agir como age. A aposta da realizadora Mary Harron, está no sub entendido e revela muitíssimo no que não é dito pelos personagens. O diálogo funciona quase como uma antítese da natureza dos intervenientes.
E claro, falar de American Psycho é falar da interpretação explosiva e magnética de um Christian Bale pré-Batman, que tem no seu Bateman (curioso o nome) um dos seus melhores papéis até à data. O filme pertence-lhe por inteiro. E a forma assustadora como revela a sua total ausência de sentimentos e natureza doentia, indica-nos que estamos na presença de um grande actor. Podia destacar vários momentos brilhantes. Mas um particularmente, cómico, tenso e chocante, está numa sequência onde Bateman faz uma das suas entusiasmadas disertações, sobre as maravilhas da música pop (neste caso os Huey Lewis and The News), de machado na mão e prestes a desmembrar um Jared Leto completamente embriagado. Sem dúvida, um dos grandes vilões do cinema recente.

Em suma, um filme, cruel, chocante e perturbador, no retrato satírico que faz a uma América numa crise muito profunda. Não é aconselhável aos mais impressionáveis, mas é uma magnífica e poderosa obra a (re)descobrir.

6 comentários:

Anónimo disse...

Lá terei, então, de ver.

Cataclismo Cerebral disse...

Gosto muito do filme e da sua inteligente mensagem de "febre dos yuppies", mas quanto à interpretação do Bale não me convenceu por completo...

Luís A. disse...

josé: vê que vale mesmo a pena. mas cuidado com a intensidade de certas cenas

caraclismo:"a febre dos yupies" como dizes muito bem , que quase parecem uma praga de vampiros. Bale quanto a mim acertou na mouche.

abraços

Gonçalo Trindade disse...

Um filme magnífico, que me mostrou o quão bom Bale pode ser como actor.
E aquele final é simplesmente de génio :).

Um abraço, Luís!

Susana Fonseca disse...

Gostei muito e foi com este filme que descobri Bale.

Luís A. disse...

gonçalo: nem mais!

lua: eu descobri com Batman Begins, e impressionou-me muito. Depois no Prestige, foi uma confirmação, e agora no Psycho foi deslumbrante e assustador.

abraços cinéfilos

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