quarta-feira, maio 28, 2008

Filmes da Minha Vida - X

Este drama sobre o veterano da guerra do Vietname, Ron Kovic, é um dos filmes mais trágicos de sempre e um dos trabalhos maiores de Oliver Stone. Começando na juventude de Kovic, seguindo sem concessões a sua queda, e finalmente assistindo ao seu renascimento como activista político. A sombra da tragédia está omnipresente em todo o filme, mas com um volte face final de alguma esperança. A realização hiper-realista de Stone é surpreendente e visceral. Quanto ao actor principal, não hesito em dizer, que a par de Magnolia, esta é para mim, a maior interpretação da carreira de Tom Cruise. A sua composição de Kovic, é de um rigor, dor e intensidade, como raramente se assistiu em cinema. Uma entrega total, merecedora do Oscar que lhe foi recusado. E finalmente uma palavra de apreço para uma das melhores bandas sonoras do mestre John Williams. Um dos melhores e mais dramáticos filmes a que ja pude assistir. Este é o Oliver Stone que me faz amar o cinema: agitando consciencias, revolvendo os nossos sentimentos e fazendo-nos deslumbrar com o poder da 7ª arte.

terça-feira, maio 27, 2008

R.I.P. Sidney Pollack

1934-2008
Não era nenhum génio, mas os seus filmes traziam sempre a sua marca autoral e o seu gosto por histórias simples e bem contadas. Dando preferencia a narrativas mais intimistas, ambientadas geralmente nos territórios do thriller (Random Hearts ou The Interpreter), assinou ainda o oscarizado Out Of Africa e o emocionante 3 Days of The Condor. Ultimamente brilhou como actor em Eyes Wide Shut ou em Michael Clayton. Mais um dos grandes nomes do cinema americano, que se junta à triste lista negra dos que nos deixaram neste 2008

sábado, maio 24, 2008

THE END - Parte 2

O final de um dos filmes mais amados da história do cinema. Actuações sublimes e com uma carga emocional comovente. Nunca uma praia foi tão bela como naquelas imagens finais ...

terça-feira, maio 20, 2008

WTF ???

No novo (velho) Indy, Harrison Ford enfrenta Comunistas e Aliens(???).
Será que li bem a crítica do Eurico de Barros?

Se o CGI já me deixava de pé atrás, então esta premissa foleira deixa-me realmente apreensivo. Espero que Spielberg não desiluda.


domingo, maio 18, 2008

Youth Without Youth (2007)

de Francis Ford Coppola


Francis Ford Coppola foi em tempos, o mais brilhante e irreverente, dos jovens turcos da Nova Hollyood. Os seus filmes eram sucessos esmagadores tanto de bilheteira como de crítica, sendo os Padrinhos e Apocalypse Now, exemplos perfeitos da sua mestria cinematográfica. Mas Coppola sempre foi um megalómano. E foi essa megalomania, que quase o arruína com flops como Do Fundo do Coração ou Cotton Club. Financeiramente ferido, o cineasta tenta reconstruir a sua carreira com filmes, mais ligeiros como Peggy Sue Casou-se, Jack ou The Rainmaker. E acontece então uma pausa. Pausa que dura 10 anos, precisamente até este Segunda Juventude.

Esta é a história de Dominic Matei, que atingido por um raio começa a rejuvenescer, e a descobrir que possui estranhos poderes. Os nazis apercebendo-se disso, procuram-no e Dominic é obrigado a exilar-se. Conhece então uma rapariga que parece sêr a reencarnação de um amor antigo. Com temas como a juventude eterna, ou a transmigração das almas o filme sofre de excesso de ambição, e a história é por vezes algo inverosímil. Se a inicio Coppola está fascinado com a incrível situação do seu protagonista, a meio do filme, parece mudar de ideias e dedica-se exclusivamente à história de amor, lembrando-se a 10 minutos do fim, de voltar a martelo ao tema do rejuvenescimento. Supostamente inesperados, esses 10 minutos finais, são involuntariamente previsíveis e maçadores. Em verdade, o ponto forte de Segunda Juventude, é mesmo a história de amor eterno. Aí Coppola, brilha e mostra todo o seu imenso talento. Seja na direcção de actores, seja na encenação. Um destaque para Tim Roth, que vai muito bem no papel de Dominic, e aguenta o peso de uma personagem complexa.

Francis F. Coppola continua talentoso e disposto a correr riscos. E só isso já é de saudar. Mas neste filme parece ter havido um caso de “mais olhos que barriga.” Ou se preferirem de megalomania.

sexta-feira, maio 16, 2008

Memorável

Silvio Dante: "A lot of top guys have dark moods. That Winston Churchill drank a quart of brandy before breakfast. Napoleon, he was a moody fuck, too. "

Bobby Baccalieri: "To the victor belongs the spoils."
Tony Soprano: "Why don't you get the fuck out of here before I shove your quotation book up your fat fucking ass."

Paulie Walnuts: He had two ass holes when they buried him...

Ralphie Ciferetto: Look at Kirk Douglas’ fucking hair? They did not have flattops in enchant Rome!

Carmella Soprano: You know, Tony, it's a multiple choice thing with you. 'Cause I can't tell if you're old-fashioned, you're paranoid, or just a fucking asshole.

Christopher Moltisanti: This ain't negotiation time. This is Scarface, final scene, fuckin' bazookas under each arm.

Uncle Junior: My father told me to never get old, I should of listened to him

Tony Soprano: "I didn't just meet you, I've known you my whole fucking life!"

terça-feira, maio 13, 2008

Absolutamente de acordo!

"In our culture of hype, the currency of praise has been so de-valued that no one credits it, even when deserved. The truth is, The Sopranos, whether in one-hour shots, 13-hour seasonal chunks, or the 86-hour long-form marathon—however you want to take it—is one of the masterpieces of American popular culture, on a par with the first two Godfathers, Mean Streets, and GoodFellas—the classics of Mob cinema—or even European epics such as Luchino Visconti's The Leopard, Bernardo Bertolucci's Novecento, or, as the late New York Times critic Vincent Canby first claimed, Rainer Werner Fassbinder's monumental 15½-hour Berlin Alexanderplatz, all of which The Sopranos dwarfs in terms of length, if not scope. New York's Museum of Modern Art honored The Sopranos in February 2001, when the senior film curator, Laurence Kardish, showed the first two seasons, along with a couple of films that influenced the show—including a Laurel and Hardy picture, Saps at Sea. This was the first time an American dramatic series for television had been shown at the museum. Kardish calls the show "an extraordinary blend of great psychological insight and social cartography, zany as well as poignant and resonant." No less an authority than Norman Mailer recently gave The Sopranos high praise indeed when he favorably compared the depth of its characterizations to that achieved in novels."
In Vanity Fair

domingo, maio 04, 2008

sexta-feira, maio 02, 2008

Reds (1981)

de Warren Beatty



Reds é antes de mais, um dos mais ambiciosos, arriscados e improváveis filmes, alguma vez feitos em Hollywood. A sua feitura apenas foi possível devido à persistência e ao star-power de uma das suas maiores estrelas, Warren Beatty de seu nome. O financiamento para a realização de um épico sobre um líder comunista, autor de um dos livros mais fieis aos acontecimentos da Revolução Russa e o único americano sepultado no Kremlin, revelou-se uma tarefa quase impossivel. Especialmente tendo em conta o fervor anti-comunista, que reinava na altura numa América em plena Guerra Fria. Mas a tenacidade de Beatty levou a melhor, conseguindo o apoio da Paramount, e assegurando um controlo criativo total, interpretando, realizando, escrevendo e produzindo o filme. Após dois anos de rodagem e montagem, o filme estreava finalmente em 81. Imediatamente afirmou-se como um grande sucesso nas bilheteiras, e um dos filmes mais nomeados na história dos Oscars (13 nomeações, sendo 4 para Beatty, que igualou assim Orson Welles). Ou seja Reds torna-se um triunfo artístico e comercial sem precedentes na carreira do seu autor.

Abordando as ilusões e desilusões inerentes às utopias, a história de amôr de John Reed (Beatty) pela ideologia comunista, assim como pela mulher da sua vida, Louise Bryant, é contada de forma original, complexa e muitíssimo eficaz. A narrativa gira em torno da relação entre Reed e Bryant, dois intelectuais radicais, que com uma relação no mínimo tumultuosa (com infedelidades de parte a parte), reencontram o amor no mais surpreendente dos cenários, em plena Revolução Russa. A partír daí, Reed e Bryant regressam ao Estados Unidos, tentando espalhar a mensagem aquilo que viram na Russia, na esperança de assim agitar, e eventualmente revolucionar a sociedade americana. Reed acaba mesmo por abandonar o jornalismo e converte-se num dos primeiros líderes do partido comunista americano. Mas essa conversão irá fazê-lo regressar à Russia, deixando Louise para trás.

Vários são os momentos em que Reed, procura equilibrar o colectivo com o pessoal. A sua ideologia e o afecto. Mas esse equilibrio revela-se impossivel num estado totalitário. E esse é uma das maiores virtudes desta obra apaixonante: apesar de Beatty sentir uma óbvia simpatia para com a utopia comunista, há uma altura que o seu protagonista é forçado a constatar que o sonho se tornou um pesadelo. Um exemplo marcante, é o discurso que Reed faz para uma plateia de radicais muçulmanos, onde vê as suas palavras traduzidas de “guerra de classes” para “guerra santa” criando assim uma histeria eufórica na sua audiencia. Mais tarde é lhe dito que o seu discurso foi alterado, por não ser propagandistico o suficiente. Além de actualissima, essa cena revela toda a manipulação que o indivíduo sonhadôr, pode sofrer num colectivo que se rege de forma totalitária. Ou seja Beatty dá uma no cravo e outra na ferradura. E muito bem! Nunca negando a complexidade e a veracidade do tema que aborda, perservando a integridade da obra. E que dizêr daquele reencontro final na estação, em que uma ansiosa Louise Bryant, que após regressar à Rússia clandestinamente, finalmente encontra um destroçado Reed, criando um dos momentos mais comoventes a que assisti num filme. Além do mais, a história de amôr entre os protagonistas é palpável e nunca é abordada de forma sentimental, o que só lhe dá mais força.

E depois Beatty, tem outro momento inspirado. Convocando para este épico intimista, aquelas deliciosas “testemunhas” idosas. Escritores, intelectuais, militares, que conheceram e privaram de perto, com os verdadeiros John Reed e Loise Bryant. As suas intervenções ao longo do filme, narrando as suas experiencias conjuntas, são de uma candura, verdade e humor, simplesmente desarmantes Esta técnica documental, reforça a autenticidade de Reds, e dá uma ressonância singular às imagens que vemos. E claro que falar de Reds, é falar daquele cast portentoso onde brilham a grande altura Maureen Stapelton (com um oscar mais que merecido), Jerry Kozinski, Gene Hackman e Jack Nicholson (num surpreendente underacting). E as imagens que Vitorio Storaro criou? Que dizer daquelas composições inesquéciveis, ou do tratamento cromático, que nos dá a sensação de vêr um filme a preto e branco? O seu oscar é também inteiramente justo.

Tudo neste filme se conjuga de forma perfeita. Arte, entretenimento, política, amor, História. Reds é a prova que Warren Beatty por detrás daquela fama de galã de Hollywood, é antes demais, um cineasta de um talento e coragem imensas. Um dos grandes grandes filmes da minha vida.

quinta-feira, maio 01, 2008

Earthlings

Este documentário é revoltante, chocante e faz pensar no caminho que a humanidade está a levar. Mais que cinema, isto é VERDADE! Muitas vezes não pensamos ou não queremos pensar no caminho que aquele bife, ou aquele peixinho levaram até ao nossos pratos. Pois é, este excelente documentário narrado por Joaquim Phoenix e com a música de Moby, revela esse caminho e sua relação com com a nossa sociedade de consumo. É um caminho de imagens ultra violentas e chocantes, revelando o nível de desumanidade a que chegámos.

Votação Cineasta Português - Resultados

João César Monteiro

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