Os seus primeiros 30 minutos (a batalha da Normandia) foram apelidados na altura da sua estreia, como os 30 minutos mais violentos da história do cinema. Exagero? Não. Realmente o realismo da violência do desembarque das tropas aliadas, possuiu uma carga tão visceral (em certas cenas literalmente), que é difícil, ficar indiferente ao que passa à frente dos nossos olhos. Um após outro, vários são os momentos, em que nessa sequência de abertura, somos chocados com a loucura e a brutalidade do que é a guerra realmente. A violência surge de forma animalesca, completamente aleatória e igualmente implacável para ambos os lados do conflito. Spielberg mostra-nos essa questão fundamental, de forma clara. Especialmente na forma como filma toda a acção como se de um documentário se tratasse. O efeito é o arrastamento do espectador para o centro da batalha. Seja através de longos planos sem montagem, captando toda a acção à sua volta com um hiper-realismo dantesco, ou através de outra ferramenta essencial para a imersão do espectador, o impressionante trabalho sonoro. Nunca o som das balas, dos tiros de canhão, da carne a ser dilacerada, foi tão autêntico e presente. Spielberg sabiamente, opta por não utilizar música durante as cenas de batalha. Nelas a banda sonora é o som da morte que envolve os seus personagens.
segunda-feira, março 31, 2008
Saving Private Ryan (1998)
Os seus primeiros 30 minutos (a batalha da Normandia) foram apelidados na altura da sua estreia, como os 30 minutos mais violentos da história do cinema. Exagero? Não. Realmente o realismo da violência do desembarque das tropas aliadas, possuiu uma carga tão visceral (em certas cenas literalmente), que é difícil, ficar indiferente ao que passa à frente dos nossos olhos. Um após outro, vários são os momentos, em que nessa sequência de abertura, somos chocados com a loucura e a brutalidade do que é a guerra realmente. A violência surge de forma animalesca, completamente aleatória e igualmente implacável para ambos os lados do conflito. Spielberg mostra-nos essa questão fundamental, de forma clara. Especialmente na forma como filma toda a acção como se de um documentário se tratasse. O efeito é o arrastamento do espectador para o centro da batalha. Seja através de longos planos sem montagem, captando toda a acção à sua volta com um hiper-realismo dantesco, ou através de outra ferramenta essencial para a imersão do espectador, o impressionante trabalho sonoro. Nunca o som das balas, dos tiros de canhão, da carne a ser dilacerada, foi tão autêntico e presente. Spielberg sabiamente, opta por não utilizar música durante as cenas de batalha. Nelas a banda sonora é o som da morte que envolve os seus personagens.
domingo, março 30, 2008
sexta-feira, março 28, 2008
terça-feira, março 25, 2008
Filmes da Minha Vida - VIII
Adulto, desencantado, provocador, subversivo, arriscado, polémico. Munich é isso e muito muito mais. E é por isso mesmo que adoro este filme. Uma obra maior, incompreendida e inesperada, de um dos maiores nomes de Hollywood. Com um casting perfeito (enorme Eric Banna), uma equipe no auge (destaque para Janus Kaminski e John Williams)e um realizador apostado em usar o seu enorme poder, para chegar de forma justa e sem concessões, ao âmago de algumas das mais pertinentes questões éticas, morais e humanas alguma vez abordadas em filme. O facto de vir de Hollywood, só valoriza este obra única na carreira de Spielberg. Um filme de uma profundidade tocante que assombra o espectador muito após a saída do cinema. E aquele plano final...
quinta-feira, março 20, 2008
quarta-feira, março 19, 2008
A minha cena romântica favorita
Em memória de Anthony Minguella.
terça-feira, março 18, 2008
Anthony Minguella ...
segunda-feira, março 17, 2008
The Lovebirds (2007)
Curioso, mas ao mesmo tempo óbvio, que tenha sido um realizador radicado há quase 20 anos em Nova Iorque, a conseguir o “milagre” de contornar as contingências de mercado e de lobby, que são necessárias para fazer cinema em Portugal. Para tal “milagre”, Bruno de Almeida teve o apoio imprescendivel de um magnífico leque de actores (lusos e norte-americanos) e o suporte digital como grande “arma” de cinema. É precisamente com a liberdade desse digital, que Bruno de Almeida, bate aos pontos muita produção faustosa e inconsequente, que infelizmente se faz por cá. E se já há pouco referia paradoxos, não resisto a salientar, que com a câmara solta e próxima dos personagens, The Lovebirds transmite uma liberdade e um intimismo, que me arrisco a classificar de poético. Duvido que com as contingências de uma grande produção, essa expontaniedade fosse possível de alcançar. Alguém falou em Cassavetes, como referência espiritual para este filme, e a referência parece-me fazer todo o sentido. A sua sombra paira em todo o filme, quer na técnica cinematográfica, quer na abordagem solta e de improviso na direcção de actores.
A narrativa em mosaico com multíplas personagens, muito ao jeito de Magnólia, ou Short Cuts, funciona em pleno. Especialmente em três segmentos. O primeiro é o tocante episódio de um cineasta que faz o seu último filme (Fernando Lopes numa evocação cinéfila ao seu Belarmino). O segundo é a cruel história de um taxista que comete um acto chocante, para no final atingir uma inesperada redenção. E no terceiro assistimos à terna e por vezes hilariante (genial a cena do chouriço) relação entre o americano (grande Michael Imperioli) e a empregada de mesa de Alfama (uma surpreendente Ana Padrão). As outras história paralelas não me parecem funcionar tão bem, apesar do segmento protagonizado por Joaquim De Almeida, ser verdadeiramente hilariante. E apesar de algumas insuficiências na montagem, o filme possuiu um espírito tão honesto e despretensioso, que só apetece revê-lo mais uma vez.
Um refrescante e surpreendente filme, que pode contribuir para uma mudança de mentalidades no cinema português.
quarta-feira, março 12, 2008
segunda-feira, março 10, 2008
domingo, março 09, 2008
Shadow of a Doubt (1943)
A abordagem de Hicthcock é no mínimo ambígua, pois o realizador parece simpatizar na mesma medida com a sua protagonista e com o seu antagonista. E Hitch vai mais longe ainda, criando uma forte identificação com o tio e a sua sobrinha, tal como Theresa Whright diz a certa altura, “ mais que o meu tio, ele é o meu gémeo”. Essa ligação entre personagens, é estabelecida formalmente através de composições que funcionam como espelhos entre os dois protagonistas. Mas não é de gémeos que aqui estamos a falar, pois claramente há aqui um subtexto, com uma sugestão de uma possível atracção incestuosa. Mas Hitch, devido ao código Hays, nunca leva demasiado longe essa sugestão. E ainda bem, pois o filme não é nenhum drama psico-sexual, é sim um belíssimo thriller, onde a sugestão é muitíssimo mais eficaz no espectador, do que qualquer visualização. Quase até ao final, o brilhante cineasta não abre o jogo, deixando todas as leituras possíveis. Somente quando chegamos ao climático final, é que a verdade é revelada e a monstruosa face do mal emerge de forma perturbante.
Outro ponto curioso, é o local onde decorre a história. Uma pacata cidade do interior. Hitch, ao situar o clima de suspeita nos habitantes desse ambiente, parece sugerir que o mal não conhece fronteiras, pois até em zonas perfeitas e idílicas, o mal pode surgir a qualquer momento e assumir a forma de um terrível pesadelo. E isto tudo 43 anos antes de Blue Velvet. Um filme a descobrir por todos os fãs do mestre do suspense.
sexta-feira, março 07, 2008
Poesia Pictórica
Anti-establishment
quarta-feira, março 05, 2008
terça-feira, março 04, 2008
No Country For Old Men (2007)
Claro que não vou revelar o desenlace dessa cena, mas ela surge sensivelmente a meio do filme, e fez-me esperar que grandes momentos viriam aí. Enganei-me em parte. Grandes momentos , apenas só ultimos nos 10 minutos de filme, com os Coen a mostrar todo o poder da elipse, de forma simplesmente genial. Até lá, sequência após sequência, os realizadores, acabam por se repetir em universos e situações já por si explorados com muito mais originalidade e mestria, como foi no caso do superior Fargo. Essa repetição de temas e situações parece-me a mim algo esquemática e prejudicou-me o visionamento do filme. O que nuns casos se pode chamar de marca do autôr, em No Country For Old Men, parece-me sinceramente, desinspiração, pois muitas das situações vividas pelos seus ricos personagens, não parecem fazer nem avançar a trama, nem revelar personagens, e como consequência tornam-se maçadores.
No Coutry For Old Men, não é o filme do ano. É sim um belíssimo filme negro, e uma tentativa dos seus excelentes autores regressarem à boa forma. Filme do ano, esse foi outro. Um tal de There Will Be blood…