sexta-feira, abril 02, 2021
quinta-feira, outubro 01, 2020
RS
Que magnífica entrevista do Rui Simões, um dos mais admiráveis, maltratados e inspiradores cineastas do nosso país. Quem quiser perceber o que é ser entalado e mesmo assim, nunca, nunca desistir, tem aqui a segunda parte do seu depoimento para o "Palavras em Movimento: Testemunho Vivo do Património Cinematográfico".
quarta-feira, abril 03, 2019
Glass (2019)
A Blumhouse comprova-se como um kinooasis no deserto que é o cinema
hollywoodesco actual. A sua filosofia de liberdade criativa, num
contexto de rígida austeridade orçamental, está a produzir obras como
Whiplash, Upgrade, Get Out, Split e agora este empolgante Glass. O feito
é tal. que ressuscitou o dead director Shyamalan, que assina aqui o seu
melhor filme desde 2002. É impossível não assinalar os paralelos da
crise existencial dos seus (super?) heróis, com os do próprio
realizador, que, até Split, andava em igual condição a nível criativo. O
Bruce está apagado, mas o Samuel e o James elevam o estreito e coeso
guião do Night, nesta digna sucessão do mítico Unbreakable. Jason Blum é
definitivamente um caso a seguir.
quinta-feira, março 14, 2019
Starship Troopers : 7 Kinonotas
1-O cinema de guerra e a ficção científica estão unidos por uma cola satírica que subverte ambos os géneros, paradoxalmente reforçando-os.
2- A igualdade de raça, género, estatuto, não invalidam que por detrás dessa utopia, estejamos perante um sociedade fascista. Afinal de contas, estamos num universo onde nas aulas de história ensina-se o porquê do falhanço da democracia.
3 - Os nosso heróis protonazis são de Buenos Aires, o que implica que o disparar primeiro e questionar depois americano foi exportado para todo o mundo e tornou-se numa das doutrinas da globalização.
4 – A delícia que é ver o fascizante estúdio do rato mickey produzir uma superprodução (de mais de 100 milhões de dólares) onde inocentes crianças pegam em armas e fazem a sua parte, vaginas alienígenas sugam cérebros masculinos, vómitos, entranhas, sangue, desmembramentos, sexo sadomasoquista, testosterona bélica e reflexão histórico-política, desfilam com a maior das jovialidades.
5 – Já tem 22 anos e continua a provar que o espectador ter direito aos mais grandioso espectáculo, aliado a provocação, inteligência e enorme pertinência sóciopolítica, não é um paradoxo comercial.
6 - Está nos antípodas da banalidade coninhas e insegura do kinomerdum de hoje (obrigadinho milenials).
7 - O tipo da esquerda é Deus.
quinta-feira, janeiro 31, 2019
Tabu (2012)
segunda-feira, julho 23, 2018
Nha Cretcheu
"Nha cretcheu, meu amor, O nosso encontro vai tornar a nossa vida
mais bonita por mais trinta anos. Pela minha parte, volto mais novo e
cheio de força. Eu gostava de te oferecer 100.000 cigarros, uma dúzia de
vestidos daqueles mais modernos, um automóvel, uma casinha de lava que
tu tanto querias, um ramalhete de flores de quatro tostões. Mas antes de
todas as coisas bebe uma garrafa de vinho do bom, e pensa em mim. Aqui o
trabalho nunca pára. Agora somos mais de cem. Anteontem,
no meu aniversário foi altura de um longo pensamento para ti. A carta
que te levaram chegou bem? Não tive resposta tua. Fico à espera. Todos
os dias, todos os minutos, aprendo umas palavras novas, bonitas, só para
nós dois. Mesmo assim à nossa medida, como um pijama de seda fina. Não
queres? Só te posso chegar uma carta por mês. Ainda sempre nada da tua
mão. Fica para a próxima. Às vezes tenho medo de construir essas
paredes. Eu com a picareta e o cimento. E tu, com o teu silêncio. Uma
vala tão funda que te empurra para um longo esquecimento. Até dói cá ver
estas coisas mas que não queria ver. O teu cabelo tão lindo cai-me das
mãos como erva seca. Às vezes perco as forças e julgo que vou
esquecer-me."
quarta-feira, julho 18, 2018
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